Um motorista do aplicativo Uber, que pediu para não ter a idade e o nome revelados, foi sequestrado e agredido na madrugada de sábado (8) no Itaim Bibi, área nobre da zona sul de São Paulo. A vítima disse ter levado até um soco na boca dos agressores, que se anunciaram como taxistas e fugiram sem ser identificados.
O motorista do aplicativo que cobra por corridas particulares disse ter sido abordado quando seguia com seu Hyundai Azera preto para fazer sua oitava viagem do dia. Por volta das 3h30, ele chegou à rua Santa Justina, como combinado com o passageiro, e foi cercado por cerca de 20 táxis.
A vítima, que trabalha como motorista do Uber há dois meses, disse que chegou a dar a ré, mas foi impedido pelo grupo, que passou a xingá-lo e a jogar pedras no veículo.
Em depoimento à polícia, a vítima afirmou que desceu do carro e ainda tentou fugir a pé, mas foi alcançado por quatro homens que estavam em um táxi modelo Chevrolet Cobalt. Ele contou que um deles estava armado e fez ameaças para que ele entrasse no veículo.
Dentro do carro, o grupo circulou com o motorista por cerca de 30 minutos até deixá-lo na rua Funchal, a cerca de 1,5 km do local onde ele foi abordado. Durante o tempo em que ficou em poder dos taxistas, a vítima disse que ainda levou um soco na boca.
Ao descer do carro, o motorista do aplicativo ligou para avisar a família dele sobre o crime e acionar a polícia. Um dos taxistas, diz ele, entrou no carro dele e fugiu. Quatro horas depois, a Polícia Militar encontrou o veículo "totalmente danificado", segundo o boletim de ocorrência, na rua Clodomiro Amazonas, na mesma região da abordagem.
Em junho, o presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de SP), Antônio Raimundo Matias dos Santos, conhecido como Ceará, disse que "vai ter morte". A declaração foi feita em audiência na Câmara dos Deputados para discutir a regulamentação no Brasil do aplicativo Uber.