WhatsApp e Netflix se beneficiam da falta de regulamentação

Serviços de baixo ou nenhum custo atuam sem legislação específica
Do JC Online
Publicado em 16/08/2015 às 22:43
Serviços de baixo ou nenhum custo atuam sem legislação específica Foto: Foto: Sérgio Bernardo/ JC Imagem


Se a essência da internet é o compartilhamento, algumas empresas atentaram para oferecer produtos a baixo ou nenhum custo aos usuários, mesmo sem se enquadrar na definição de economia colaborativa. Essas empresas também atuam sem regulação adequada em várias partes do mundo e os setores tradicionais sentem os impactos.

Dois exemplos ilustram essa “categoria” que se afasta das relações diretas entre usuários: o Whatsapp e o Netflix. O primeiro começou como um aplicativo gratuito de mensagens instantâneas e mais recentemente passou a realizar chamadas. Em 2014, lucrou US$ 20 milhões. O segundo reúne um catálogo online de filmes e séries de TV a mensalidades a partir de R$ 19,90, tendo registrado lucro de US$ 23,7 milhões no primeiro trimestre deste ano.

No início deste mês, o presidente da operadora Vivo, Amos Genish, fez duras críticas ao Whatsapp. O executivo chegou a chamar o aplicativo de “pirataria pura”, apesar de afirmar não ser contra seu funcionamento, e sim à falta de uma regulamentação que crie “regras iguais para o jogo”, estendendo as críticas a outros apps. Diferente da concorrente TIM – que fechou parceria com o aplicativo –, o presidente da Vivo disse não ter interesse em acordos ou parcerias com tecnologias do tipo.

Apesar do impacto da declaração, o posicionamento da empresa ilustra o comportamento da indústria tradicional: ignorar o surgimento de novas plataformas até sofrer o impacto delas e, então, tentar “igualar” a concorrência. “Se as indústrias tradicionais tivessem entendido a internet, teriam elas mesmas criado os serviços antes”, alfineta Jacques Barcia.

O Netflix tem a mesma receptividade por parte da indústria cinematográfica. No último festival de Cennes, um repórter provocou o diretor de conteúdo da empresa, Ted Soranos, com a pergunta “Você está ciente de que vai destruir o ecossistema cinematográfico europeu?”. Soranos rebateu dizendo que a indústria deve entender a “concorrência” como um desafio para produzir filmes tão bons que o cinema queira exibi-los mesmo que estejam no Netflix.

TAGS
WhatsApp Netflix Economia do compartilhamento consumo colaborativo
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory