O risco percebido pelo investidor sobre o Brasil, medido pelo CDS (Credit Default Swap), teve na terça-feira (22), o maior avanço em pontos em apenas um dia desde o início do segundo mandato de Dilma Rousseff. O contrato de proteção contra eventual calote (CDS) para 5 anos avançou 34,84 pontos do fechamento de segunda para terça-feira (22), segundo dados do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Fechou em 462,5 pontos na terça-feira, dia em que o dólar à vista chegou a exceder os R$ 4,06 na cotação intraday. A moeda americana fechou a sessão em R$ 4,05, o maior valor de fechamento desde a criação da moeda em 1994.
No auge da crise política do início do ano, quando milhares de pessoas foram às ruas para o primeiro protesto no dia 15 de março, o CDS fechou bem abaixo desse valor. No dia 16 de março, ficou em 307,75 pontos.
Nas últimas sete semanas, o aumento foi de mais de 158 pontos, uma variação de 52%. No dia 4 de agosto, estava em 303,84 pontos. Na avaliação de um importante e bem-sucedido gestor de fundos brasileiro, aquele patamar já precificava a perda do grau de investimento. Aparentemente, não estava totalmente.
Com o rebaixamento da Standard & Poor's, anunciado após o fechamento do mercado financeiro no Brasil do dia 9 de setembro, o CDS subiu para 391 pontos no dia 10. Ou seja, de lá para cá, o risco percebido pelos agentes econômicos avançou 71,5 pontos.
A deterioração da percepção de risco do Brasil em 2015 é acachapante. No dia 2 de janeiro, o CDS para cinco anos encerrou o dia em 202,32 pontos, segundo dados do Broadcast. De lá para cá, mais do que dobrou. Com esse avanço, superou o CDS de países com embargo comercial, como a Rússia.