Ao mesmo tempo que analistas do mercado financeiro ajustaram para baixo as estimativas para a inflação de 2017, fizeram um movimento contrário para 2018. No caso de 2019, não houve alteração das expectativas, conforme revela a abertura do Relatório de Mercado Focus do Banco Central.
O boletim mostra que a mediana das projeções do mercado financeiro para 2017 foi ajustada de 4,90% na semana passada para 4,86%. Apesar da tênue melhora, a projeção continua distante da meta de 4,50% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2017.
Desde a semana passada, pela primeira vez desde junho, o mercado deixou de prever uma taxa de 4,50% para 2018, bem no centro da meta (que ainda não foi definida para aquele ano). Nessa semana, essa expectativa voltou a se deteriorar. Se antes, o mercado esperava uma taxa de 4,53%, agora prevê uma variação de 4,54%. A diferença continua a ser pequena, mas emblemática, pois mostra que a deterioração das estimativas também tem se alongado. Para 2019, no entanto, a projeção segue em 4,50% - a mesma desde maio deste ano.
Desde o fim de janeiro, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e sua equipe vêm destacando a redução contínua das expectativas do mercado para a inflação futura. O movimento, de acordo com análise do diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Crise, Tony Volpon, ocorria "de trás para frente", o que não é mais visto.
No Top 5, não houve alterações hoje em relação ao levantamento passado. A mediana das previsões segue em 5,00% para 2017 e 2018 e em 4,80% para 2019.