Os governos de Brasil e Colômbia assinaram nesta sexta-feira (9) um acordo para destravar negociações rumo à criação de uma área de livre de comércio até o fim de 2017.
O documento foi assinado durante visita de Estado da presidente Dilma Rousseff à Bogotá, onde foi recebida pelo presidente Juan Manuel Santos.
Assinado em 2003, o Acordo de Complementação Econômica 59, conhecido como ACE 59, já isenta de cobrança de alíquotas a maior parte dos produtos que os países importam um do outro.
Mas, segundo o Itamaraty, discussões para uma isenção completa emperraram depois que a Colômbia priorizou acordos comerciais com EUA e União Europeia.
A exportação de automóveis é a prioridade do Brasil nesta negociação.
O intercâmbio comercial cresceu 165% de 2005 a 2014, passando de US$ 1,5 bilhão para US$ 4,1 bilhões. Os dois países julgam que o volume está muito abaixo do potencial, já que a Colômbia é a terceira maior economia da América do Sul, mas apenas o sétimo parceiro comercial do Brasil na região.
Dilma e Santos também assinaram um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos, que visa reforçar a proteção a investidores.
"É o início de um processo que será vantajoso para povos e economias. É algo que vai gerar mais emprego e mais renda, principalmente num momento em que o quadro [... ] é de dificuldade porque vivemos o fim do chamado superciclo das commodities", disse Dilma à imprensa após reunião de duas horas com Santos.
Ela se referia à queda do preço dos produtos agrícolas e matérias primas que haviam sustentado parte do crescimento econômico de muitos países emergentes, entre eles o Brasil, nos últimos anos.
Santos qualificou de "enorme" o potencial da relação comercial bilateral.
"Estamos trabalhando juntos e podemos trabalhar ainda mais", afirmou.