Os juros médios cobrados no rotativo do cartão de crédito -quando o consumidor deixa de pagar a fatura integral- subiram para 368,27% ao ano em outubro, segundo pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgada nesta quinta-feira (12). É o maior nível desde março de 1996.
A taxa cobrada do consumidor na modalidade passou de 13,59% ao mês (ou 361,40% ao ano) em setembro para 13,73% ao mês (ou 368,27% ao ano) em outubro.
A associação atribui o aumento à recessão econômica do país, que eleva o risco de calote, e também à elevação do juro básico (Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) ao longo do ano -embora o comitê mantenha a taxa estável há duas reuniões.
Em outubro, os juros médios para pessoa física atingiram 7,30% ao mês (ou 132,91% ao ano), maior nível desde abril de 2009. Em setembro, a taxa era de 7,23% ao mês (ou 131,10% ao ano). Foi a 13ª alta seguida dos juros médios. Os juros no cheque especial atingiram 10,36% ao mês (ou 226,39% ao ano), o maior patamar desde setembro de 1999.
Segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da associação, os juros devem voltar a ser elevados nos próximos meses por causa da perspectiva de aumento da inadimplência no país. As seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac tiveram aumentos nos juros em outubro.
PESSOA JURÍDICA
Os juros médios cobrados de empresas registraram alta em outubro, passando para 4,12% ao mês (ou (62,33% ao ano). As três linhas de crédito analisadas viram seus juros subirem.
No capital de giro, os juros subiram de 2,44% ao mês em setembro para 2,48% em outubro. Já a taxa de desconto de duplicatas avançou para 2,89% ao mês. A conta garantida passou de 7,03% ao mês em setembro para 7,10% ao mês em outubro.