Em 1 ano, 2,5 milhões de pessoas entram na fila do desemprego, diz Pnad Contínua

O avanço é o maior já verificado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 15/01/2016 às 12:24
O avanço é o maior já verificado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012 Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


A fila de desemprego continua crescendo no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre até outubro de 2015, um total de 2,513 milhões de pessoas passaram a buscar uma vaga, alta de 38,3% em relação a igual período de 2014.

O avanço é o maior já verificado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Com esse movimento, o Brasil tinha, no trimestre até outubro do ano passado, 9,077 milhões de desempregados.

O número de vagas, porém, encolheu no período de um ano, já que 285 mil postos foram extintos. Assim, a população ocupada diminuiu 0,3% no trimestre até outubro de 2014 em relação a igual período de 2014.

A força de trabalho, de acordo com o IBGE, aumentou 2,2% na mesma base de comparação, o que significa 2,227 milhões de pessoas a mais em atividade. Já o número de indivíduos que estão fora da força de trabalho (ou seja, inativos) caiu 0,4% em relação ao trimestre até outubro de 2014, com 268 mil pessoas a menos nessa condição.

Carteira assinada

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado diminuiu 3,2% no trimestre até outubro de 2015 em relação a igual período de 2014, segundo dados da Pnad Contínua. Com isso, 1,184 milhão de pessoas perderam o emprego formal no período.

O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado também caiu, apontou o IBGE. O recuo foi de 2,1% na mesma base de comparação, ou 214 mil pessoas a menos.

O número de trabalhadores por conta própria, por sua vez, avançou 4,2% no trimestre até outubro ante igual período de 2014 Isso significa que 913 mil pessoas ingressaram nessa modalidade de trabalho, caracterizada, em sua maioria, pela informalidade. O número de empregadores também aumentou 5,7% no período, com 219 mil pessoas a mais nessa condição.

O contingente de empregados no setor público diminuiu 1,3% no trimestre até outubro em relação a igual período de 2014, o que significa 151 mil pessoas a menos, segundo o IBGE.

Setores

A indústria cortou 751 mil postos de trabalho em todo o País no trimestre até outubro de 2015 em relação a igual período de 2014, segundo divulgou o IBGE na Pnad Contínua. Foi o setor que mais dispensou em um ano, com queda de 5,6% no total de pessoal ocupado no período.

O segundo setor que mais demitiu foi o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com extinção de 429 mil postos na mesma base de comparação. O número de pessoas em atividade nesse segmento encolheu 4,0% em um ano.

Nos outros serviços, foram dispensados 172 mil pessoas no trimestre até outubro em relação a igual período de 2014, apontou o IBGE, uma queda de 4,0% neste intervalo. Também houve demissões na construção (-159 mil vagas) e na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-153 mil vagas).

Por outro lado, houve contratações no comércio (+398 mil vagas), no setor de transportes (+193 mil vagas), em alojamento e alimentação (+199 mil vagas), na administração pública (+393 mil vagas) e nos serviços domésticos (+200 mil vagas), sempre na comparação do trimestre até outubro de 2015 em relação a igual período de 2014.

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