Após abrir em leve alta, precificando mais um leilão de até US$ 1 bilhão em swap cambial reverso do Banco Central, que corresponde à compra de dólares no mercado futuro, a moeda americana perdeu força e caía frente o real nesta quarta-feira, 30, ficando em linha com o exterior. Às 9h37, o dólar à vista recuava 0,15%, a R$ 3,6301. O dólar futuro de abril caía 0,27%, a R$ 3,6310, com os investidores atentos à movimentação do governo após a saída do PMDB da base aliada.
No exterior, a moeda americana ampliou pontualmente as perdas após os dados de emprego no setor privado dos Estados Unidos, mas se fortaleceu depois. Apesar das empresas americanas terem criado 200 mil empregos em março, como previsto, o dado de fevereiro foi revisado para baixo, de 214 mil novas vagas de trabalho no cálculo original para 205 mil.
Além de elevar expectativas pelo relatório do mercado de trabalho do País (payroll), que sai na sexta-feira, essa revisão dos números de fevereiro apoia os comentários dovish (favoráveis à manutenção de estímulos) da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Janet Yellen. A recuperação do petróleo nesta quarta, após cinco quedas consecutivas, também favorece um dólar mais fraco.
TAXA DE JUROS
Os juros futuros estão voláteis, mas um ligeiro viés de alta predomina nesta quarta-feira, 30, após iniciarem a sessão em ligeira baixa nas taxas mais longas. Segundo um operador, o exterior mais positivo traz viés negativo para os juros, contraposto pela cautela interna com a política. Após a confirmação da saída do PMDB da base aliada, que aumenta a chance de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os investidores monitoram o contra-ataque do Planalto para evitar uma derrota.
De acordo com fontes, o plano é entregar os ministérios e 600 cargos de livre nomeação das respectivas pastas do PMDB para impedir o afastamento da presidente. Segundo o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, a saída do PMDB abre caminho para uma "repactuação" com os demais partidos da base do governo no Congresso.
Às 9h31, o DI para janeiro de 2021 estava em 13,57%, de 13,50% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2018 exibia taxa de 13,35%, de 13,30%. O vencimento para janeiro de 2017 estava em 13,740%, na mínima, de 13,725% no ajuste de terça-feira. Na agenda, o IGP-M desacelerou de 1,29% em fevereiro para 0,51% em março, resultado dentro do intervalo das estimativas colhidas pelo AE Projeções, que iam de 0,20% a 0,58%, mas acima da mediana, de 0,45%.