A baixa liquidez foi a principal característica dos negócios no mercado futuro de juros nesta sexta-feira (22) pós-feriado de Tiradentes. Com poucas novidades no cenário doméstico, as taxas acompanharam a alta do dólar pela manhã, mas perderam fôlego à tarde, terminando o dia próximas da estabilidade. As taxas oscilaram em intervalos pequenos e, segundo operadores, devem manter esse ritmo enquanto durar a tramitação do processo de impeachment no Congresso.
Pela manhã, o dólar em alta próxima dos 2% e o resultado do IBC-Br melhor que o esperado chegaram a sustentar as taxas futuras. Já o discurso da presidente Dilma Rousseff no evento da Organização das Nações Unidas (ONU) não teve interferência sobre as oscilações. Ao contrário do planejado inicialmente, ela apenas fez menção indireta à sua tese sobre um golpe de Estado.
"O dólar em alta com o 'gap' do feriado e o leilão de swap reverso, somado ao IBC-Br mais forte, acabaram por manter os juros em alta, embora bastante limitada. Mas, na verdade, o dia não teve nada de muito novo", disse um profissional de uma asset paulista.
Pela manhã, o Banco Central divulgou que o IBC-Br de fevereiro caiu 0,29% ante janeiro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve retração de 4,54% As medianas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções apontavam queda de 0,50% no mês e de 5,00% no ano. Apesar de indicarem maior fôlego da economia que o esperado, os números tiveram influência pontual.
À tarde foi divulgado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou que o Brasil perdeu 118.776 vagas formais de emprego em março. Foi o pior resultado para o mês desde 1992, quando começou a série histórica. O pior março desde então havia sido registrado em justamente em 1992, com o fechamento de 79.316 postos de trabalho. O resultado ficou dentro das estimativas de analistas do mercado, mas bem acima da mediana, que indicava redução de 95 mil postos.
Ao final dos negócios no horário estendido da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 13,520%, ante 13,495% do ajuste de quarta-feira. O DI para janeiro de 2018 ficou com 12,77%, ante 12,76%. O vencimento de janeiro de 2021 projetou 12,90%, ante 12,88%.