O Banco Central (BC) lucrou R$ 12,335 bilhões em abril, com operações de câmbio, chamadas de swap cambial. Nos quatro meses do ano, o resultado positivo chegou a R$ 49,980 bilhões.
O BC faz dois tipos de operação: swap cambial tradicional e swap cambial reverso. O nome da operação é swap (troca, em inglês) porque o BC negocia contratos de troca de rendimento no mercado futuro.
No swap cambial tradicional, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, ou seja, a cobrada em transações entre bancos). Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo e quando dólar cai, o Banco Central registra lucro.
No swap cambial reverso, o BC ganha a variação cambial do período e as instituições recebem a variação da taxa de juros.
O BC voltou a fazer operações de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, para oferecer proteção cambial para as empresas em momento de forte oscilação da cotação, em maio de 2013, quando os Estados Unidos iniciaram a redução das injeções de dólares na economia mundial.
Em agosto daquele ano, o programa tornou-se permanente com o BC ofertando diariamente contratos de swap. O programa de swaps durou até março de 2015, quando o Banco Central parou de ofertar novos lotes e passou a fazer apenas a rolagem de vencimentos.
No dia 23 de março deste ano, o BC voltou a negociar contratos reversos, o que na prática tem levado à redução do estoque das operações tradicionais. Isso porque uma operação anula a outra. No dia 23 de março, o estoque das operações de swap estava em US$ 107,6 bilhões. Ontem (3), esse saldo situava-se em cerca de US$ 67 bilhões. A ação do BC também eliminou os contratos de swap com vencimento no curto prazo.
Com as operações de swap reverso, o BC retira o excesso de dólares no mercado futuro e evita uma queda maior do dólar.
Ganhos
Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto. No ano passado, o BC registrou prejuízo de R$ 89,657 bilhões com as operações de swap cambial.
Em abril, com a queda do dólar, o BC acusou ganho recorde. Com isso, o setor público teve um resultado inédito: as receitas com juros foram superiores aos gastos.