A Bovespa fechou em queda de 0,99% nesta quinta-feira (9) após ter subido 2,26% ontem. O movimento foi atribuído a uma correção, com os investidores recolhendo parte de lucros recentes. Essa correção teve como justificativa uma deterioração do cenário internacional, que assumiu um tom mais cauteloso com as economias da China e da Europa. Em meio à queda de commodities e fortalecimento do dólar, o Índice Bovespa chegou a operar abaixo do patamar dos 51 mil pontos, mas terminou o dia aos 51.118,46 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 5,19 bilhões.
Entre as ações que mais caíram estiveram aquelas que mais haviam subido ontem ou durante o ciclo de seis quedas consecutivas do dólar. Ações de mineração, siderurgia e petróleo, que passaram por um rali no pregão da quarta-feira, tiveram quedas superiores à média do mercado. É o caso de CSN ON, que esteve no topo das altas do Ibovespa ontem (+16,45%) e hoje foi a segunda maior perda do índice (-7,37%). Os papéis da Petrobras acompanharam a queda dos preços do petróleo e recuaram 2,49% (ON) e 2,24% (PN). Com isso, devolveram parte dos ganhos de 8,27% e 8,93% do pregão anterior.
Apesar do feriado na China, que fechou os mercados locais, foi um dado chinês divulgado ontem à noite que deu início à piora do humor externo. A inflação ao consumidor da China se desacelerou em maio, perdendo fôlego pela primeira vez em sete meses. A desaceleração foi interpretada como sinal de fraqueza da economia local e reduziu o otimismo da véspera, quando dados da balança comercial mais fortes que o esperado animaram os mercados.
Também causaram algum desconforto as declarações mais cautelosas do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que criticou a falta de reformas econômicas nos países europeus, que tem dificultado o trabalho do BCE de impulsionar a inflação. O mercado também reagiu negativamente a declarações do megainvestidor George Soros, que afirmou que a eventual saída do Reino Unido da União Europeia - o chamado "Brexit" - poderia "desencadear um êxodo geral e a dissolução da União Europeia passará a ser praticamente inevitável".
Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumula alta de 5,46% em junho e de 17,92% em 2016.