A dívida líquida do setor público subiu para 39,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em maio, ante 39,5% do PIB em abril. Em dezembro de 2015, estava em 36,2% do PIB. A dívida conjunta do Governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 2,379 trilhões. As informações, divulgadas nesta quarta-feira (29), são do Banco Central (BC).
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,114 trilhões, o que representou 68,6% do PIB. Em abril, essa relação estava em 67,6% do PIB.
De acordo com apresentação feita em Nova York pelo diretor de Assuntos Internacionais do BC, Tony Volpon, na segunda-feira (27), a relação dívida bruta com o PIB deve chegar a 86,5% em 2020 levando-se em conta as regras atuais. Se aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Executivo enviada para o Legislativo, a qual prevê controle sobre o crescimento dos gastos, é possível que esta relação esteja bem menor daqui a quatro anos, em 78,5% do PIB.
De acordo com o BC, o aumento do indicador se deve à incorporação de juros (2,5 pontos porcentuais), ao impacto da valorização cambial de 7,9% no período (1,6 pp), ao déficit primário (0,2 pp), ao efeito do crescimento do PIB nominal (-0,6 pp), ao ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,2 pp) e ao reconhecimento de ativos (-0,1 pp).
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gastos de R$ 42,498 bilhões com juros em maio. Mais tarde, o BC detalhará esse resultado, mas o saldo negativo dessa conta deve ser atribuído em parte ao prejuízo com os leilões de swaps cambiais, de R$ 3,054 bilhões no mês passado pelo conceito caixa. Este ano, apenas nesse mês e em janeiro, há perdas com essas operações.
Conforme informou o Banco Central, o Governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 35,490 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto com esta conta de R$ 6,419 bilhões e as empresas estatais, de R$ 589 milhões.
No acumulado do ano, o gasto com juros subiu de R$ 108,702 bilhões até abril, para R$ 151,199 bilhões até maio (6,05% do PIB). Em 12 meses até o mês passado, as despesas com juros caíram de R$ 464,428 bilhões para R$ 454,048 bilhões, o equivalente a 7,57% do PIB.
Déficit nominal
O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 60,623 bilhões em maio. Em abril, o resultado foi deficitário em R$ 13,163 bilhões e, em maio de 2015, o resultado também havia sido negativo, em R$ 59,777 bilhões.
No mês passado, o Governo Central registrou déficit nominal de R$ 53,257 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 6,631bilhões. As empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 736 milhões.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit nominal dos primeiros cinco meses do ano foi de 6,59%, uma soma de R$ 164,914 bilhões. Já em 12 meses até o mês passado, o montante correspondeu a 10,08% do PIB, com um saldo negativo de R$ 604,558 bilhões.