Às vésperas da primeira greve em sua gestão, o presidente da Petrobras, Pedro Parente pediu "engajamento e disciplina" aos funcionários para enfrentar um período de decisões "difíceis, mas necessárias". Em carta encaminhada aos petroleiros nesta terça-feira, 27, o executivo afirmou que definirá cortes de orçamento e metas individuais de desempenho a partir de outubro. Os sindicatos começam na quinta-feira (29) greve nas áreas administrativas do Rio e operação padrão nas unidades de produção do País.
A greve foi antecipada pelo Sindicato de Petroleiros do Rio, que concentra bases administrativas na capital. Os trabalhadores rejeitaram a proposta feita pela companhia de congelamento de salários e de parte de benefícios. O acordo proposto previa ainda a redução à metade do valor pago pelas horas extras e a opção de redução da jornada com corte de salários.
Em nota, o sindicato avaliou que a companhia aproveita "o momento político econômico do País para pôr a conta nas costas dos trabalhadores". O acordo coletivo foi rejeitado em assembleias na Bahia, Espírito Santo, São Paulo, e no norte do Rio, onde estão concentradas as operações da empresa. Ao todo, petroleiros de 32 plataformas rejeitaram o acordo e aprovaram o estado de greve e a operação padrão, chamada de "Para Pedro", a partir desta quinta.
Nesta terça-feira (27), o presidente da estatal, Pedro Parente, publicou uma carta aos trabalhadores na rede interna de comunicação. Segundo o executivo, a estatal passará por cinco anos de "decisões que não são as mais fáceis, mas necessárias". Ele sinalizou que após o período, a petroleira será "maior do que somos hoje na nossa área mais importante, além de mais saudável".
Na carta, Parente reconhece que os funcionários têm "garra, disposição e entendimento" da situação financeira da empresa para "caminhar juntos" em direção às novas diretrizes da empresa, apresentadas na última semana com o plano de negócios para o período 2017-2021. Uma das prioridades é a política de segurança operacional, chamada "Compromisso com a vida", que será detalhada em outubro.
O executivo também sinalizou que no próximo mês vai definir as diretrizes do novo sistema de gestão, o Orçamento Base Zero. "Aqueles gastos que forem essenciais serão mantidos e os demais, repensados."
Entre novembro e dezembro, de acordo com o executivo, serão definidas as metas individuais de supervisores e equipes em diferentes áreas da estatal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.