A taxa composta de subutilização da força de trabalho do país fechou o terceiro trimestre do ano em 21,2%, atingindo 22,9 milhões de pessoas em todo o país. O indicador, que agrega a taxa de desocupação, a de desocupação por insuficiência de horas e da força de trabalho potencial, foi divulgado nesta terça-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro.
No segundo trimestre de 2016, para a totalidade do Brasil, essa taxa foi de 20,9%, o que significa que houve uma alta entre um trimestre e outro de 0,3 ponto percentual e de 3,2 pontos percentuais em relação a igual trimestre de 2015, quando o indicador era de 18%.
Os dados divulgados pelo IBGE constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – Trimestral para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, referentes ao trimestre encerrado em setembro.
Os principais resultados da Pnad Contínua para o Brasil já foram divulgados no dia 27 de outubro e indicavam uma taxa de desemprego de 11,8%, resultado 0,5 ponto percentual superior aos 11,3% do trimestre encerrado em junho, que apontava 12 milhões de trabalhadores desocupados para uma população ocupada de 89,8 milhões de trabalhadores.
Os dados do IBGE indicam que a maior taxa composta da subutilização da força de trabalho foi observada no Nordeste, que, no terceiro trimestre do ano, chegou a 31,4%, enquanto a menor foi registrada na região Sul (13,2%). Bahia (34,1%), Piauí (32,6%) e Maranhão e Sergipe (ambos com 31,9%), foram os estados com as maiores taxas. Já as menores foram anotadas em Santa Catarina (9,7%), Mato Grosso (13,2%) e Paraná (14,2%).
A taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação (pessoas ocupadas com uma jornada de menos de 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar em um período maior somadas às pessoas desocupadas) foi de 16,5%, sendo 4,8 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e 12 milhões de desocupados. No segundo trimestre de 2016, para Brasil, essa taxa foi de 16% e, no terceiro trimestre de 2015, de 14,4%.
A região Nordeste (22,9%) apresentou a maior taxa combinada de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e desocupação e a região Sul, a menor (10,7%). Bahia (26,2%), Sergipe (23,7%) e Piauí e Paraíba (ambos com 22,9%) foram os estados com as maiores taxas. As menores foram observadas em Santa Catarina (8%), Mato Grosso (10,6%) e Paraná (11,4%).
Já a taxa combinada da desocupação e da força de trabalho potencial, que abrange as pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar (força de trabalho potencial), foi de 16,8%, atingindo 6,1 milhões de pessoas. No segundo trimestre de 2016, para Brasil, essa taxa foi de 16,4% e, no terceiro trimestre de 2015, de 12,8%.
No Nordeste, a taxa combinada de desocupação e força de trabalho potencial foi de 23,6% e no Sul, ficou em 10,5%. Alagoas (25,4%), Bahia (24,9%) e Maranhão (24,5%) foram os estados com os maiores números. Os menores foram observadas em Santa Catarina (8,1%), Rio Grande do Sul (11,0%) e Paraná (11,4%).
O detalhamento do IBGE sobre os dados da Pnad Contínua indica que a taxa de desocupação de 11,8% para a totalidade do país, no trimestre encerrado em setembro, subiu em todas as grandes regiões pesquisadas no terceiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2015.
Ela é maior na região Nordeste, onde o desemprego cresceu de 10,8% para 14,1% do segundo para o terceiro trimestre do ano; seguido do Sudeste (de 9% para 12,3%); do Norte (de 8,8% para 11,4%); Centro-Oeste (de 7,5% para 10%); e do Sul (de 6% para 7,9%).
Os estados que apresentaram a maior taxa de desocupação foram Bahia (15,9%), Pernambuco (15,3%) e Amapá (14,9%), enquanto as menores foram registradas em Santa Catarina (6,4%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Rio Grande do Sul (8,2%), todas abaixo da média nacional de 11,8%.
Quando analisada pelo ângulo do emprego formal, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – Trimestral para Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, referentes ao trimestre encerrado em setembro, indica que o percentual de trabalhadores com carteira assinada é maior na região Sul do país, onde, no terceiro trimestre do ano, 84,4% dos trabalhadores do setor privado tinham carteira assinada.
Em seguida, vem o Sudeste (82,7%) e o Centro-Oeste (76,8%) que apresentaram formalidade maior que a média nacional de trabalhadores com carteira assinada que fechou setembro em 76,9%. O Nordeste (61,2%) e o Norte (60,8%) registram um percentual de trabalhadores com carteira assinada abaixo da média do país.
Os dados aprofundados da Pnad Contínua sinalizam que as mulheres representavam no terceiro trimestre do ano 65,5% da população fora da força de trabalho.
Outras 35,6% das pessoas em idade de trabalhar que estavam fora do mercado eram idosas (com 60 ou mais anos de idade). A região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 45%. As regiões Sul (36,1%) e Centro-Oeste (35,1%) tiveram os menores percentuais.
Em relação ao nível de instrução, mais da metade desta população (54%) não tinha concluído o ensino fundamental e pouco mais de um quarto tinha concluído pelo menos o ensino médio (25,8%).
Os adultos entre 25 a 39 anos respondiam por 35,2% da população desocupada, com o percentual de mulheres sendo bem superior ao dos homens. No terceiro trimestre, elas representavam 50,1% dos desocupados no Brasil. Apenas na região Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (47,7%) foi inferior ao de homens. Já a maior participação das mulheres dentre os desocupados foi observada na região Centro-Oeste (52,1%).
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou acima da média do Brasil (R$ 2.015) apenas nas regiões Sudeste (R$ 2.325), Centro-Oeste (R$ 2.288) e Sul (R$ 2.207), enquanto Norte (R$ 1.539) e Nordeste (R$ 1.348) ficaram abaixo da média.
Frente ao segundo trimestre de 2016, houve aumento do rendimento médio real no Sudeste (0,6%) e no Sul (2,8%); enquanto nas demais houve estabilidade. Já em relação ao terceiro trimestre de 2015, com exceção do Centro-Oeste, que se manteve estável, todas as demais grandes regiões acusaram queda, com destaque para o Nordeste (-3,9%).