Chinesa State Grid compra brasileira CPFL Energia por US$ 4,5 bilhões

CPFL Energia é a principal produtora não estatal de eletricidade do Brasil, se concentrando também na produção de energias alternativas
AFP
Publicado em 24/01/2017 às 11:36
CPFL Energia é a principal produtora não estatal de eletricidade do Brasil, se concentrando também na produção de energias alternativas Foto: FOTO: JUAN CABARETTA/ACERVO CPFL


O grupo estatal chinês State Grid fechou um acordo para comprar 54,64% da gigante brasileira de eletricidade CPFL Energia por 14,19 bilhões de reais (US$ 4,5 bilhões), o que consolidará sua presença no mercado sul-americano, anunciaram nesta terça-feira as duas empresas em comunicados diferentes.

O administrador da rede de eletricidade chinesa busca ampliar suas atividades no Brasil, onde já possui uma rede de transmissão de energia de 10.000 km, indicou. 

A State Grid entrou no mercado brasileiro em 2010, e sua filial brasileira venceu em abril do ano passado uma concorrência para duas novas redes.

A companhia pagará R$ 25,51 por ação da brasileira.

Com esta aquisição, State Grid pretende ampliar consideravelmente a sua cobertura no mercado brasileiro nos setores de "transmissão e distribuição", e, sobretudo, na geração de eletricidade a partir de energias renováveis, segundo o comunicado da companhia chinesa.

A CPFL Energia é a principal produtora não estatal de eletricidade do Brasil, e já concentra suas atividades na produção de energias alternativas.

A companhia distribui por meio de sua rede cerca de 70 bilhões de kilowatts por ano e possui uma fatia de 14,3% do mercado brasileiro, de acordo com dados fornecidos por State Grid.

Segundo a companhia, "tem investido ativamente no mercado de energia elétrica brasileiro, tendo adquirido um total de 14 linhas de transmissão de energia, que fornecem eletricidade para os estados brasileiros de São Paulo e Rio de Janeiro".

State Grid pretende desenvolver técnicas de produção de energias limpas

State Grid observou que pretende desenvolver no Brasil principalmente suas técnicas de produção de energias limpas, mas sem fornecer maiores detalhes.

O gigante chinês já fechou acordos com vários países do mundo para expandir suas operações no exterior. Em meados de dezembro anunciou a aquisição de 24% da ADMIE, a operadora de eletricidade grega.

No entanto, sofreu um revés na Austrália, quando Camberra recusou, em nome da segurança nacional, a sua oferta para assumir o controle de uma rede elétrica, na sequência de uma polêmica sobre os investimentos estrangeiros no país.

A China está investindo quantias recordes em energias renováveis (hídrica, eólica, solar, biomassa, geotérmica) - atingindo cerca de 97 bilhões em 2015 de acordo com dados da ONU - ainda que a maior parte de sua energia seja proveniente atualmente da queima de carvão.

Na China, a mega-empresa pública distribui eletricidade através de filiais implantadas na maioria das províncias do país, fornecendo eletricidade para cerca de 1 bilhão de pessoas.

As companhias chinesas estão mais atuantes do que no nunca no exterior. Em 2016, foram 30 bilhões de euros injetados em projetos de infraestruturas de energias renováveis ou compra de participação em empresas, segundo o instituto de estudos energéticos IEEFA.

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