Os juros futuros fecharam a quarta-feira (9) em alta, com exceção dos contratos de curto prazo que ficaram estáveis, refletindo o desconforto com o cenário fiscal doméstico e a aversão ao risco no exterior. Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (125.010 contratos) fechou com taxa em 8,170%, de 8,175% no ajuste de quarta-feira, a taxa do DI para janeiro de 2019 (255 280 contratos) subiu de 8,02% para 8,07%; a do DI janeiro de 2021 (228.080 contratos) terminou em 9,33%, de 9,25%. A taxa do DI para janeiro de 2023 (38.560 contratos) encerrou em 9,92%, de 9,82%.
As taxas começaram do dia em alta, após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho (0,24%) ter vindo perto do teto das estimativas (0,08% a 0,27%, com mediana de 0,19%), mas o resultado foi absorvido posteriormente, dada a leitura de que o avanço do índice, que em junho caído 0,23%, foi causado por fatores específicos - aumento de PIS/Cofins sobre combustíveis e mudança da cor da bandeira de energia. Além disso, em 12 meses a taxa acumulada de 2,71% até julho atingiu o menor patamar desde fevereiro de 1999, quando estava em 2,24%.
Além da reação inicial ao IPCA, as taxas avançavam refletindo a cautela vinda do exterior. Na terça-feira (8), a Coreia do Norte ameaçou lançar mísseis no território de Guam, administrado pelos Estados Unidos, após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que Pyongyang encontrará "fogo e fúria nunca vistos antes pelo mundo" se continuar a intimidação a Washington. A tensão geopolítica elevou o dólar ante moedas de países emergentes e, no Brasil, a moeda no segmento à vista era negociada em R$ 3,1500 (+0,65%) às 16h32.
À tarde, os juros aceleraram a alta, repercutindo negativamente o adiamento da leitura do relatório do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), sobre a medida provisória 777, que trata da Taxa de Longo Prazo (TLP), que ocorreria nesta quarta, para o dia 15. Também pesou sobre as taxas a notícia de que líderes do Centrão ameaçam votar contra matérias de interesse do governo no Congresso, principalmente a reforma da Previdência, se não receberem os cargos.