O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, negou nesta terça-feira, 15, que haja uma disputa entre a ala econômica e política em torno da revisão da meta fiscal. "Não corresponde à verdade. Participei de várias reuniões, sábado e domingo. O que os parlamentares colocam de maneira muito clara é que a hipótese de elevação de novos tributos deve ser afastada, que é exatamente o mesmo esforço da equipe econômica", disse. "Então, aí há uma convergência e não uma divergência de que o político quer uma coisa e a equipe econômica quer outra", completou.
Nos bastidores, fontes do Planalto e da equipe econômica, entretanto, salientam que o presidente Michel Temer sofre pressão da ala política do governo e de parlamentares para que o rombo da meta, que deve ser elevada de um déficit de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões este ano, seja ainda maior. Já a equipe econômica não quer entregar um resultado pior do que no ano passado e, com isso, ainda tentava na segunda-feira viabilizar receitas ainda incertas também para 2017, como de concessões e do novo Refis.
O ministro reforçou que as contas para fechar os números das metas deste ano e do ano que vem não são simples. "Não é uma equação simples, porque todos sabemos que herdamos do governo passado um rombo muito grande e uma destruição completa da economia", disse. "Daqui alguns dias vamos chegar ao anúncio da meta e também as alternativas para redução de despesa, que é o item mais forte, e apontar rumos para elevação da receita", disse.
Imbassahy minimizou a definição da data de anúncio da meta e disse que ela precisa ser consequente e viável. "Não tem a necessidade de anunciar hoje. Esse é um trabalho que tem de ter muita responsabilidade, aprofundar nas alternativas para que a equipe econômica possa anunciar ao País", destacou. "Pode anunciar a qualquer momento, desde que haja a convicção de que a proposta que vai ser anunciada seja consequente e viável."
Imbassahy e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, participaram na manhã desta terça de um evento promovido pelo Conselho Nacional da Juventude em um anexo do Palácio do Planalto. O grupo de jovens seria recebido para uma fotografia com o presidente Michel Temer.