No mercado financeiro o dia de ontem foi de euforia, com as ações ordinárias da Eletrobras (aquelas que dão direito a voto aos acionistas) subindo 49,3%. Com a valorização, a companhia passou a ser avaliada na bolsa brasileira em R$ 29,3 bilhões, contra R$ 20,17 bilhões do fechamento do pregão da segunda-feira (21), dia em que o Ministério de Minas e Energia lançou fato relevante sobre os planos de desestatização. A explosão das ações fez o Ibovespa alcançar seu maior patamar desde janeiro de 2011, somando ontem 70.011 pontos.
Com a valorização da Eletrobras, a expectativa é que a companhia se transforme numa espécie de “nova Vale” do setor elétrico. A proposta do governo Federal é que a privatização da companhia seja um sucesso, acompanhando os moldes do que aconteceu com a Vale e a Embraer.
Do lado do consumidor, ainda é cedo para avaliar se a privatização da Eletrobras poderá significar redução na tarifa de energia elétrica, mas é consenso que haverá melhoria na oferta de serviços. No curto prazo, a expectativa é de aumento de tarifa, em função dos ajustes iniciais no processo de desestatização.
“Redução de preços no Brasil é algo difícil, que não faz parte do nosso histórico. Mas os casos de privatização no setor elétrico mostram ganho de qualidade de serviços para os usuários, a partir da melhora da eficiência das empresas”, afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
Nessa terça-feira (22), nas redes sociais, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que a venda da Eletrobras ameaça a segurança energética do País, além de o consumidor enfrentar o risco de “pagar uma conta de luz estratosférica”. “Tarifaço o usuário enfrentou no início de 2015, com um reajuste de 50%. Foi o maior da história do setor elétrico, graças a decisão da então presidente de baixar em 20% a tarifa para segurar a inflação e ganhar votos em 2014. O resultado foi sucatear as empresas do setor elétrico”, lembra Adriano Pires, fazendo referência à Medida Provisória 579 de 2012.