Sem assinatura paga e sem anúncios... como o WhatsApp se mantém financeiramente como uma das mais importantes plataformas de troca de mensagens do mundo? Com mais de 1 bilhão de usuários atualmente, o app, na verdade, não gera lucros. Sua compra pelo Facebook, em 2014, foi uma decisão estratégica da rede social, que estava de olho na imensa base de dados do aplicativo.
Até janeiro do ano passado, o app cobrava uma assinatura anual de US$ 0,99 para usuários que passassem de um ano experimentando o aplicativo gratuitamente. Mesmo com a cobrança, a receita gerada não era muito alta se comparada à abrangência do serviço, chegando a apenas US$ 1,28 milhões nos primeiros nove meses de 2016.
Diante da dificuldade de muitos usuários que não possuíam cartão de crédito para efetuar o pagamento da assinatura, o Facebook decidiu, então, suspender a cobrança. A possibilidade do pagamento pelo serviço, no entanto, não foi totalmente descartada. No site do WhatsApp, ao apresentar o aplicativo, o que afirma sua gratuidade é seguido da obervação "Cobrança de dados podem ser aplicadas".
Apesar de deixar essa brecha para a cobrança, os responsáveis pelo app parecem se manter firmes quanto à decisão de manter a plataforma longe de anúncios. Um eventual caminho para gerar receita, sugerido pela própria empresa, seria a inclusão de um serviço de comunicação direta entre empresas e seus clientes, opção que seria custeada pelas empresas.
Enquanto nada disso acontece, o Facebook se concentra em se beneficiar da base de dados fornecida pelo WhatsApp, que permite um melhor direcionamento das publicidades exibidas na rede social, por exemplo. O cruzamento de dados pode ser testado na prática: adicione um novo contato no seu telefone, que tenha WhatsApp. Se a pessoa estiver também no Facebook, muito provavelmente ela aparecerá em breve como sugestão de nova amizade. Para você isso pode parecer uma bobagem, mas para grandes corporações, dados valem mais que ouro.