O Índice Bovespa reduziu o ritmo de queda no período da tarde, mas não teve fôlego para evitar sua quarta queda consecutiva nesta segunda-feira (27) em mais um pregão de liquidez reduzida. Guiado por influências negativas do exterior e pelas expectativas em torno da reforma da Previdência, o índice chegou a cair 1,35% pela manhã, mas fechou com baixa de 0,13%, aos 74.058,91 pontos. O volume de negócios somou R$ 7,5 bilhões.
As principais quedas ao longo do dia foram representadas por ações dos setores financeiro e de commodities, estas bastante alinhadas à desvalorização do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional. Os papéis da Petrobras terminaram o dia com perdas de 1,39% (ON) e 1,43% (PN), enquanto Vale ON recuou 1,06%.
No caso dos bancos, houve maior volatilidade, uma vez que os papéis continuam a ser alvos de realização de lucros, ao mesmo tempo em que se mostram mais sensíveis ao noticiário político e econômico. Itaú Unibanco PN subiu 0,61%, enquanto Banco do Brasil ON recuou 1,35%.
Na semana considerada decisiva para o governo alinhavar o apoio à reforma da Previdência, o noticiário partidário acabou por ganhar maior relevância. As movimentações do PSDB foram acompanhadas de perto e acabaram por gerar efeitos positivos no mercado, segundo analistas, por sinalizar maior chance de unir o partido e por fortalecer a figura do governador paulista, Geraldo Alckmin. O senador Tasso Jereissati e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistiram da disputa à presidência do PSDB e os tucanos passaram a apoiar Alckmin para presidir a legenda. Durante evento em São Paulo, o governador, que tem interesse em disputar a Presidência da República, disse que, se eleito, pretende privatizar a maior parte das 150 estatais federais, o que agradou ao mercado.
"O mercado melhorou como um todo à tarde, fruto do acordo entre os membros do PSDB e expectativa de que ainda é possível haver votação da Previdência na primeira semana de dezembro. Alckmin falando de privatização das empresas estatais também ajudou a fazer preço", disse um analista.
Sem novidades concretas no que diz respeito à votação da reforma da Previdência, a cautela acabou por prevalecer nos negócios com ações. Para Mário Mariante, chefe de análise da Planner, o mercado tem em conta que, se a reforma passar, será algo simbólico, com efeito praticamente nulo sobre aquilo que precisa ser feito. Por isso, para muitos investidores, diz ele, a bolsa brasileira "já deu o que tinha que dar". Isso explicaria a fraqueza do índice nas últimas semanas.