Na reta final de seu governo, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira (10) que a aprovação do teto de gastos é uma medida que se deve ao empenho do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Em cerimônia de posse de dez novos ministros, Temer disse que Meirelles foi essencial para que o País recuperasse a credibilidade das contas públicas e o crescimento sustentável.
"O País hoje tem bases firmes, e reitero que muito disso se deve à forma séria com que Henrique Meirelles atuou na área econômica", afirmou. "Ele também fez avançar a chamada agenda da produtividade, que está deixando o ambiente de negócios mais fácil, ágil e moderno", afirmou. Temer disse que Meirelles foi um dos melhores ministros da Fazenda que o Brasil já teve.
Ao dar posse para o novo ministro, o ex-secretário-executivo da Fazenda Eduardo Guardia, Temer disse que ele assume "um navio que, convenhamos, nós todos pusemos no rumo certo". Temer destacou que Guardia tem vasta experiência no setor público e privado e que saberá conduzir o ministério de forma inteligente e serena.
A exemplo do que já ocorreu em governos anteriores no último ano do mandato, o presidente Michel Temer deu posse a dez ministros em cerimônia no Palácio do Planalto, sendo que boa parte deles já eram secretários-executivos ou ocupavam o cargo interinamente
Segundo auxiliares do presidente, apesar de tentar buscar "notáveis", o governo acabou cedendo e as trocas foram arranjadas com os partidos da base aliada, que já estavam com seus espaços na Esplanada. No início do ano, Temer também tinha a intenção de vincular as trocas dos ministros ao projeto eleitoral do Planalto e do MDB.
Tomaram posse nesta terça-feira: Eduardo Guardia (Fazenda); Esteves Colnago (Planejamento); Moreira Franco (Minas e Energia); Rossieli Soares da Silva (Educação); Alberto Beltrame (Desenvolvimento Social); Vinicius Lummertz (Turismo); Antônio de Pádua de Deus (Integração Nacional); Leandro Cruz Fróes da Silva (Esporte).
Além disso, três interinos foram efetivados no cargo: Marcos Jorge (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior); Helton Yomura (Trabalho) e Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos). Acumulando também o cargo de subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil, Vale Rocha, no entanto, tomou posse mais cedo sem cerimônia e não participou do evento desta tarde, pois estava em uma reunião do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Conforme mostrou na segunda-feira o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o risco de isolamento da nova equipe econômica é a principal preocupação no Ministério da Fazenda. O temor é que o novo ministro não tenha canal de comunicação com o Palácio do Planalto e a mesma liberdade de ação que o seu antecessor Henrique Meirelles, que deixou o cargo para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência.
Fontes do Planalto, no entanto, tentam minimizar os possíveis atritos com o novo titular da Fazenda e afirmam que, apesar de ele ser "mais fechado" do que Meirelles, a sua gestão não deve mudar muito em relação à de seu antecessor.
No setor elétrico, a escolha de Moreira Franco para o Ministério de Minas e Energia fez com que as ações da Eletrobras despencassem nos últimos pregões. O temor no mercado é que a privatização da empresa seja deixada de lado, já que a equipe do ex-ministro Fernando Coelho Filho, que tratava a proposta como prioridade, também deixou a pasta.