IBGE: Desigualdade piora em 4 das 5 grandes regiões do País em 2017

Segundo o IBGE 1% dos mais ricos do país ganha 36,1 vezes mais que a metade mais pobre
Estadão Conteúdo
Publicado em 11/04/2018 às 11:25
Segundo o IBGE 1% dos mais ricos do país ganha 36,1 vezes mais que a metade mais pobre Foto: Foto: Agência Brasil


A desigualdade aumentou em quatro das cinco grandes regiões do Brasil, na passagem de 2016 para 2017, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Índice de Gini - indicador mede a desigualdade de renda - referente ao rendimento médio real domiciliar per capita manteve-se em 0,549 em 2017. A estabilidade em comparação ao ano anterior ocorreu por conta de uma queda na região Sudeste, onde o Gini passou de 0,535 em 2016 para 0,529 no ano passado. Em todas as demais regiões, porém, houve piora.

Numa escala de 0 a 1, quanto maior o indicador, pior é a distribuição dos rendimentos. No Nordeste, o Gini subiu de 0,555 em 2016 para 0,567 em 2017; no Norte, passou de 0,539 para 0,544; no Sul, de 0,473 para 0,477; e no Centro-Oeste, de 0,523 para 0,536.

No ano passado, os 10% da população com os menores rendimentos detinham apenas 0,7% de toda a massa de renda do País. Já os 10% com maior renda concentravam 43,3% de toda a riqueza, montante superior à massa detida por 80% da população com renda mais baixa.

Recessão econômica

Na passagem de 2016 para 2017, tanto o rendimento médio quanto a massa de renda diminuíram, embora a virada de ano tenha marcado o fim do período de recessão econômica no País.

A renda média mensal real per capita foi de R$ 1.271 no ano passado, ante R$ 1.285 em 2016. A massa de rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 263,1 bilhões em 2017, após ter alcançado R$ 263,9 bilhões no ano anterior.

IBGE: 1% dos mais ricos ganha 36,1 vezes mais que a metade mais pobre

A riqueza segue concentrada nas mãos de poucos no País. As pessoas que faziam parte do topo da pirâmide, aquele 1% da população brasileira com rendimentos mais elevados, recebiam 36,1 vezes mais do que a metade mais pobre da população, que compõe a base da pirâmide.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O rendimento médio mensal real da metade mais pobre da população brasileira ficou em R$ 754 em 2017, contra uma média de R$ 27 213 recebidos pelos mais ricos.

A região Nordeste exibiu a maior concentração de riqueza no ano passado, com 1% dos mais ricos recebendo 44,9% mais do que a metade mais pobre. A menor diferença foi registrada no Sul do País, onde a parcela de 1% com renda mais alta ganhava 25,0% mais que a metade de renda mais baixa.

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