Após nove meses de negociações e análises, a Petrobras concluiu nessa segunda-feira (30) o processo de venda de 100% das ações da Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe), ambas localizadas no Complexo Industrial de Suape, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife (RMR), para o grupo mexicano Alpek. A negociação foi fechada em R$ 1,523 bilhão (cerca de US$ 435 milhões), valor acima dos US$ 385 inicialmente previstos, mas muito abaixo dos R$ 9 bilhões equivalentes ao custo da obra para a estatal.
A transação faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, alinhada ao Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, que prevê a otimização do portfólio da companhia brasileira, com a saída integral das participações em petroquímicas.
A venda foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que analisou ajustes de contrato que incluíram a reestruturação das dívidas de longo prazo das duas companhias e definiu regras de competição para evitar prejuízos pela formação de monopólio de produção.
“Nos termos do acordo de compra, a Alpek adquiriu 100% das ações da Petrobras nas duas companhias, com uma base livre de débitos, por um montante de US$ 435 milhões”, anunciou em um comunicado em inglês ao mercado internacional a companhia mexicana. A companhia conta com 23 plantas industriais espalhadas pelo México, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina e Chile e conta com mais de 5 mil empregados.
De capital aberto, a nova dona de parte do polo petroquímico pernambucano atua através de cinco empresas nas áreas de poliéster (PTA, PTE e poliéster em fibras) e de produtos químicos industriais e plásticos (como polipropileno, poliestireno expansível e caprolactama, por exemplo), sendo um dos maiores players mundiais. A expectativa é de que agora o ritmo de produção em Suape seja acelerado, já que só em 2016 o prejuízo da PQS e Citepe chegou a R$ 2,5 bilhões.
Os altos prejuízos e a discrepância entre custo de obra e valor de venda fizeram com que as negociações de venda fossem suspensas em janeiro de 2017 pela 2ª Vara da Justiça Federal de Sergipe. O argumento seria o de prejuízos ao Tesouro Nacional. O Tribunal Regional da 5ª Região em Pernambuco acabou liberando a tramitação no mês seguinte.