Depois o anúncio do pedido de demissão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, as ações da Petrobras fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, a B3. Com a desvalorização de 14,86% nas ações preferenciais da companhia, que fecharam a R$ 16,16, e a perda de 14,92% nas ordinárias, que encerraram a R$ 18,88, a estatal perdeu R$ 40 bilhões em um só dia. No início do pregão, a petroleira era avaliada em R$ 271,4 bilhões. No fim da tarde, ela valia R$ 231 bilhões.
Na esteira da saída inesperada de Pedro Parente - que, de forma pouco usual, foi anunciada com o mercado financeiro em operação -, as ações da companhia chegaram a ter as transações suspensas no fim da manhã, diante da volatilidade. Com a saída do executivo, analistas e investidores passaram a temer que se amplie a intervenção governamental na gestão de preços da companhia.
A política de reajustes diários dos combustíveis, que vinha sendo adotada ultimamente, foi citada como um dos motivos para a greve dos caminhoneiros, deflagrada no último dia 21 e que se estendeu por cerca de dez dias. A gestão de Parente também ficou na mira da greve dos petroleiros, que ocorreu nesta semana.
Parente, que em abril foi eleito presidente do conselho da gigante dos alimentos BRF, agora estaria livre para assumir uma nova função executiva. O mercado trabalhou com a expectativa de que a presidência da BRF, que atualmente está vaga, poderá ser assumida por Parente. Com isso, a BRF ficou entre as maiores altas do dia ontem, com valorização de 9,2%, para R$ 23,39. Também do lado positivo, a Eletropaulo subiu 27%, após receber proposta acima do esperado pela italiana Enel na véspera do feriado.
Na média, o índice Ibovespa - referência para o mercado brasileiro - fechou no azul, apesar do impacto negativo da Petrobras. A alta foi de 0,63%, para 77.239 pontos.