A categoria dos caminhoneiros acompanha com atenção o andamento das negociações em Brasília sobre a alteração aos preços mínimos do frete. Segundo informações divulgadas pelo jornal Estado de São Paulo, a preocupação é que o lobby das grandes empresas consiga derrubar o recente acordo conquistado com o governo, que resultou no fim da paralisação. “Se essa tabela cair, vai ter uma greve pior que a última", afirmou o representante do Comando Nacional do Transporte (CNT), Ivar Luiz Schmidt.
"E aí não vai ter negociação, pois eles vão querer provar para o mundo que são fortes, vai ser uma grande revolta”, completou Ivar, que foi o líder da paralisação de 2015.
Em busca de acabar com a greve, o governo correu contra o tempo para definir a tabela de preço mínimo do transporte rodoviário. Contudo, a preocupação da classe sobre essa conquista ainda é grande.
"Não vejo coisa muito boa vindo pela frente, mas vamos lutar para encontrar um meio-termo para ambas as partes”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José Fonseca Lopes, que esteve liderou última semana. Ele deverá participar nesta quarta de uma reunião com a Casa Civil para debater sobre o assunto.
Somente nesta quarta-feira (5), Ivar Schmidt participava de mais de 90 grupos de Whatsapp. “Tá todo mundo só esperando que a tabela seja derrubada para parar tudo de novo”, alertou. “E, pelo que estou vendo no WhatsApp, pode ter certeza de que isso vai acontecer.”
Raul Jungmann disse, em entrevista à Rádio Jornal na última sexta-feira (1) que não passam de boatos a possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros anunciada para esta segunda-feira (4) nas redes sociais. ''Não existe uma articulação para refazer o movimento.
Está se tentando criar um clima de ansiedade, de preocupação e divulgando fatos infundados'', disse o ministro, que acrescentou que conversou com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, ainda na sexta (1) e que foi identificada a origem do boato.
Segundo Jungmann, os boatos vão ser objeto de um inquérito pela Polícia Federal e que “providências estão sendo tomadas”. Ainda de acordo com o ministro, há movimentos isolados que querem retomar a greve, mas ressaltou: “nada semelhante” à greve que paralisou o País por 10 dias, criando uma crise de desabastecimento de combustíveis e de alimentos.