Greve da Eletrobras atinge 85% dos empregados, diz sindicato

Os empregados querem a suspensão da privatização da Eletrobras e a saída do presidente da companhia
Estadão Conteúdo
Publicado em 11/06/2018 às 11:38
Os empregados querem a suspensão da privatização da Eletrobras e a saída do presidente da companhia Foto: Foto: Divulgação


A greve de advertência de 72 horas dos empregados da Eletrobras começou às zero hora desta segunda-feira (11) com a não rendição de turnos na parte operacional da companhia, informou o diretor da Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEl), Emanuel Mendes. Segundo ele, 85% da força de trabalho está parada, porcentual que supera os 75% determinados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Os empregados querem a suspensão da privatização da estatal e a saída do presidente da companhia, Wilson Ferreira Pinto Jr. A categoria espera também fechar o dissídio coletivo de maio, ainda sem solução após cinco reuniões com a empresa, que oferece 75% do ajuste do INPC, apesar dos ajustes serem feitos historicamente pelo IPCA.

Liminar

O TST concedeu liminar parcial ao governo contra a greve da Eletrobras, permitindo a paralisação, que não foi considerada abusiva, mas determinou que 75% do quadro permanecesse trabalhando para evitar problemas de abastecimento de energia elétrica no País.

"A greve vai continuar hoje, mas faremos assembleias ao longo do dia para decidir se continuamos. Quem entrou para o turno de ontem (domingo) não saiu hoje, e estamos na porta da empresa no Centro (do Rio) para o grande ato ao meio dia", disse Mendes. Cada dia parado significa multa de R$ 100 mil para os trabalhadores, segundo determinou o TST.

No final de maio, os empregados da Petrobras também convocaram greve de 72 horas, mas tiveram que recuar após o TST estipular multa de R$ 1 milhão por dia de greve.

Procurada, a Eletrobras disse em nota que "não há nenhum posicionamento novo neste momento. Assim que tivermos novidades lhe encaminharemos".

A privatização da Eletrobras foi dividida em três partes. A primeira seria a venda das seis distribuidoras deficitárias da companhia, cujo processo foi interrompido por uma liminar; a venda de 70 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas áreas de transmissão e energia eólica previsto para junho, mas ainda sem data marcada; e a capitalização da Eletrobras em bolsa de valores com diluição da participação do governo, prevista par ao final do ano.

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