Os juros futuros operam com viés de alta, em linha com o desempenho do dólar ante o real. No câmbio, há um movimento de recomposição de posições cambiais, após a queda acumulada de 2,16% ante o real na terça e quarta-feira, induzido nesta quinta-feira (29) pelo viés positivo da moeda americana frente iene e algumas divisas emergentes no exterior em meio à persistente queda do petróleo e preocupações com uma desaceleração global decorrente da guerra comercial conduzida pelos Estados Unidos com a China e outros países.
Na quarta, os juros futuros recuaram, mas nesta manhã a direção mudou. No radar do investidor estão também as notícias sobre o que poderá ser feito pelo futuro governo de Jair Bolsonaro na área fiscal.
Entre as ideias em estudo, a equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalha em uma proposta para desengessar o orçamento da União, a fim de realocar gastos conforme a necessidade do governo, segundo fontes disseram ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O tema é considerado prioritário e deve ser a principal medida fiscal do novo governo, além da reforma da Previdência. Além disso, o futuro ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) disse na quarta que o novo governo vai cumprir a promessa de campanha de Jair Bolsonaro e o 13º para o Bolsa Família será pago.
A diretora-sênior da agência Fitch Ratings, Shelly Shetty, alertou em entrevista ao Broadcast que a inércia para a realização da reforma fiscal no Brasil, com rápida expansão da dívida pública, ameaça a sustentabilidade das contas públicas e do passivo do governo, situação que no médio prazo "poderá ser negativa para o rating do Brasil".
Às 10h10, o DI para janeiro de 2020 subia a 6,96%, ante 6,94% no ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2021 estava a 7,95%, na máxima, de 7,91% no ajuste de quarta. E o DI para janeiro de 2023 avançava a 9,19%, de 9,12% no ajuste anterior. No câmbio, o dólar à vista subia 0,79%, a R$ 3,8678.
Mais cedo, foi revelada uma deflação do IGP-M em novembro, que corrobora o cenário mais suave para a política monetária no Brasil, com perspectiva de juros estáveis por mais tempo. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve queda de 0,49% em novembro, interrompendo uma sequência de 15 meses em alta.
Em outubro, o IGP-M havia subido 0,89%. A deflação em novembro foi pouco maior que a mediana negativa a partir das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,46%. O resultado veio dentro do intervalo de expectativas, que iam de queda de 0,59% a retração de 0,26%. Assim, o indicador desacelerou tanto na comparação em 12 meses, indo a 9,68% após 10,79% em outubro, como no ano até novembro, acumulando 8,71%, ante 9,25% até outubro.