Para economistas, aumentar impostos não é alternativa

Segundo o economista-chefe do banco Safra, o país precisar tentar fazer o ajuste fiscal sem aumentar os impostos, pois a carga tributária já é muito elevada e pesa sobre o crescimento da economia
Estadão Conteúdo
Publicado em 14/12/2018 às 7:47
O debate que se inicia com o primeiro passo da reforma tributária recentemente apresentada pelo governo federal é o de quem vai pagar quanto e quem vai arrecadar quanto. Foto: Foto: EBC


A alternativa de aumentar impostos para tentar resolver o grave problema das contas públicas do País não pode ser encarada como uma saída positiva, na avaliação de economistas do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas, e do Banco Safra.

"A questão fiscal é o grande 'calcanhar de Aquiles' da economia brasileira. O debate é se o País vai resolver esse problema no início do ano. Para todo lado que se olha, é possível ver que há muito a ser feito", ressalta Silvia Matos, do Ibre/FGV.

A declaração foi dada durante o seminário "Perspectivas 2019: Os Desafios para o Planalto". O evento foi realizado nessa quinta-feira (13), e promovido pelo Grupo Estado e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O Brasil precisa tentar fazer o ajuste fiscal sem aumentar impostos, avalia o economista-chefe do banco Safra, Carlos Kawall. "A carga tributária já é muito elevada e pesa sobre o crescimento da economia. É como se andássemos com uma bola de ferro presa ao pé."

Teto de gastos

Ele diz que a transferência de recursos da iniciativa privada ao setor público reduz a capacidade de crescimento da economia. "Tirar dinheiro do setor privado, que é produtivo, e dar na mão do setor público é um grande impeditivo. O teto de gastos é essencial, sou defensor ardoroso e é possível cumpri-la."

Para Kawall, um aumento da arrecadação a partir do encerramento de isenções e benefícios fiscais históricos é mais fácil falar do que fazer. "Existem benefícios que estão aí há muito tempo e retirá-los não é simples", diz Kawall. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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