O início da operação da usina nuclear de Angra 3 poderá ficar para depois de julho de 2016, última data informada pela Eletronuclear à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro da Silva, por enquanto, o atraso previsto é de sete meses, prazo já informado à agência reguladora. "Mas prever quando a obra ficará pronta está acima da nossa capacidade. Quem faz obra em casa sabe o que é isso. Não posso afirmar que não irá atrasar mais", afirmou o executivo, após participar do XIV Congresso Brasileiro de Energia.
A justificativa para o atraso são as exigências regulatórias por parte da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), somadas a imprevistos na licitação de equipamentos e serviços. "Estamos construindo uma central moderna. Impusemos condições muito rigorosas e a CNEN também está sendo muito rigorosa", afirmou o presidente da Eletronuclear, ressaltando que o último atraso foi decorrente de questionamento no Tribunal de Contas da União (TCU) da licitação para a contratação da montagem eletromecânica da usina. A contestação partiu do consórcio Construcap, desclassificado da concorrência.
Silva destacou ainda que uma possível queda de receita do grupo Eletrobras, por conta da Medida Provisória 579, que prevê redução da tarifa de energia, não terá implicações no investimento de Angra 3, cujo financiamento é garantido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Caixa Econômica Federal.