Fed

Dirigente do BC dos EUA teme que juros demore a subir

Os EUA estão "definitivamente saindo na frente do resto do mundo" em termos de crescimento
Do JC Online
Publicado em 28/09/2014 às 18:29


O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Dallas, Richard Fisher, disse em entrevista à rede de televisão Fox Business News que está preocupado com a possibilidade de a autoridade monetária demorar demais para elevar as taxas de juros e, com isso, permitir que as pressões sobre os preços saiam do controle.

Os EUA estão "definitivamente saindo na frente do resto do mundo" em termos de crescimento, destacou Fisher. "Eu temo que estejamos atrás da curva" quando houver o aumento das taxas de juros, complementou.

No que se refere à inflação impulsionada por salários, "eu não estou preocupado ainda, mas já vi isso acontecer no meu distrito e acho que poderia se estender à toda a nação", se o Fed não agir em tempo hábil, disse Fisher.

O chefe do Fed de Dallas tem sido um adversário consistente da política monetária ultra relaxada. Ele tem se mostrado preocupado com a perspectiva de que o Fed já forneceu mais liquidez que o suficiente para o sistema financeiro, e que os recursos já injetados na economia parecem estar alimentando um crescimento insustentável dos mercados financeiros. Ele se opôs à decisão do Fed no início deste mês de continuar a prometer taxas de juros próximas a zero por um "tempo considerável".

Fisher observou que "estamos vendo pressões sobre os salários em nossa pesquisa que são as maiores desde antes da recessão", referindo-se a dados do distrito do Fed de Dallas. Ele ainda voltou a advertir sobre o estado atual dos mercados e o relacionamento do Fed com o setor financeiro. "O que me incomoda é que os mercados de renda fixa têm estado demasiadamente fortes", disse Fisher.

"Nós estamos alimentando os mercados", disse. "Espero que as pessoas estejam preparadas para o fato de que quando a política for normalizada, o jogo não mais será fácil." Os participantes do mercado "irão realmente que trabalhar e fazer análises, o que as pessoas não têm feito há muito tempo", afirmou Fisher.

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