Construtoras dão voto de confiança aos novos prazos do Minha Casa Minha Vida

Acordo proposto pelo Governo Federal promete pagar dívida de R$ 1,6 bilhão até o dia 15 de agosto. Até hoje, já foram depositados R$ 600 milhões
Da editoria de economia
Publicado em 07/07/2015 às 8:00
Acordo proposto pelo Governo Federal promete pagar dívida de R$ 1,6 bilhão até o dia 15 de agosto. Até hoje, já foram depositados R$ 600 milhões. Foto: Igo Bione/ Acervo JC Imagem


As construtoras que trabalham no programa Minha Casa Minha Vida irão dar um voto de confiança ao Governo Federal. Na semana passada, foi proposto um acordo que promete pagar, até o dia 15 de agosto, R$ 1,6 bilhão devido pelo governo. Em troca, as empresas concordariam em receber os pagamentos, a partir da metade do próximo mês, em até 60 dias após o serviço ser realizado.

O acordo atinge apenas as construções da faixa 2, voltada às famílias que ganham de R$ 1.600 a R$ 3.275, e da faixa 3, que contempla famílias que ganham até R$ 5 mil. De acordo com a diretora do Sinduscon-PE, Betinha Nascimento, o prazo para os pagamentos depende do faturamento das construtoras. "Se o faturamento for de até R$ 48 milhões, o prazo é de 30 dias. Se for entre R$ 48 milhões e R$ 96 milhões, o Governo tem até 45 dias para pagar e, acima de R$ 96 milhões, até 60 dias", explica.

A diretora explica que, à princípio, a maior preocupação das construtoras é de ter os pagamentos quitados pelo Governo. "A primeira etapa é essa regularização até agosto. Estamos confiantes com a promessa, pois, desde de outubro do ano passado, os pagamentos são atrasados. Depois disso, se houver atrasos nos próximos, vamos tentar um novo pacto", diz.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, os pagamentos não deveriam depender de acordos, mas a decisão pode ajudar o quadro em que se encontram as construtoras. "Não é o que gostaríamos, mas, em um momento tão difícil pelo qual o Brasil passa, o Governo se comprometer com determinados prazos já é algum avanço. Vamos dar um voto de confiança para ver se conseguem fazer o País andar", afirma.

Segundo o presidente da CBIC, até abril de 2014, as construtoras eram pagas em até dois dias. Após esse mês, o prazo era de 15 dias e, posteriormente, começaram os atrasos. 

Ele afirma que a falta de compromisso em relação aos pagamentos pode trazer prejuízos maiores para o próprio Governo no futuro. "Isso atrapalha um produto que já tem uma margem de lucro muito pequena. Então, se atrasa, as empresas retiram dinheiro dessa margem, o que torna o negócio menos atrativo. Quando se tem menos empresas interessadas, em algum instante, o Governo terá que pagar mais caro", pontua. 

O Governo já depositou R$ 600 milhões do débito. Até o dia 15 deste mês, deve pagar mais R$ 850 milhões e, em agosto, quitar toda a dívida.

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