O futuro do presente do Porto Digital

A quinta matéria do especial sobre os 15 anos do parque tecnológico debate o que virá pela frente para o Porto e para o setor de TIC no Estado
Renato Mota
Publicado em 26/11/2015 às 6:00
A quinta matéria do especial sobre os 15 anos do parque tecnológico debate o que virá pela frente para o Porto e para o setor de TIC no Estado Foto: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


“O futuro é um negócio que a gente traz, do futuro, para o presente. O que esperar do Porto Digital no futuro? Que ele continue fazendo isso”, define um dos maiores especialistas em “futuro” do País, o presidente do conselho do parque tecnológico, Silvio Meira. 

Nessa vertente, o parque tecnológico está trabalhando para começar já em março do próximo ano as atividades do Laboratório de Objetos Urbanos Conectados, apelidado de L.O.U.Co. “Desde que iniciei meu trabalho na unidade de observação de futuro do Centro de Inteligência Competitiva para Parques Tecnológicos (Cictec), logo percebemos que o Porto Digital não estava bem posicionado na tendência de Internet das Coisas nem no movimento maker. Era preciso alguma ação oficial para ajudar as empresas a lidarem com isso”, explica o Consultor de Tendências e Informação do Porto Digital, Jacques Barcia. O L.O.U.Co veio como uma resposta à isso, com foco em soluções que possam ajudar no bem estar de quem vive nas cidades. “Esse tema é abrangente o suficiente para incluir coisas como segurança – não só do ambiente mas da própria rede –, mobilidade, saúde conectada, monitoramento de água, clima e todas essas coisas impactam quem mora num ambiente urbano, independente de ser no Recife, Mumbai, Berlim, Nova York ou São Paulo”, conta Barcia.

Um dos pontos-chave do futuro laboratório – que ele compartilha com o Armazém da Criatividade, de Caruaru, e com o espaço de coworking que será montado dentro da UFPE – e a possibilidade que dá aos usuários de prototiparem rapidamente uma solução. “A velocidade com que se consegue colocar um produto no mercado tem impacto determinante sobre o êxito do projeto e a janela de oportunidade de negócios. A dinâmica antiga, de processos de desenvolvimento lentos, com muitos planos teóricos, acabou. Serão vencedores os produtos cujo ciclo de criação sejam mais rápidos”, conta Saboya.

Para isso, startups incubadas, empresas do Porto Digital e qualquer pessoa ou grupo que tenha uma boa ideia (que envolva soluções para a cidade) pode aplicar para usar as impressoras 3D, cortadoras laser e outras ferramentas do laboratório. “Queremos ainda identificar, em conjunto com as pessoas que pensam a cidade, identificar problemas e lançar desafios para a sociedade. Os melhores projetos poderão trabalhar conosco”, completa Barcia. 

Para Silvio Meira, Pernambuco possui um potencial que ainda não sabe usar. “Somos os únicos na região com esse potencial estratégico de usar a tecnologia a nosso favor. E dentro desse contexto, o Porto Digital tem um papel importante de trazer o Recife de volta para o centro da atividade econômica. Não somos uma colônia de férias como outras capitais do Nordeste, nunca fomos”, acredita Meira. Para além de setores como a tecnologia, a saúde e a educação, o presidente do conselho do Porto Digital afirma que nosso futuro pode estar numa área que nem conhecemos ainda. “O futuro não vem do passado, do que a gente era capaz de fazer antes. Se fosse assim, a gente não era capaz de fazer o Porto Digital, já que no passado não éramos capazes disso”. 

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