Apesar da crise no País, o setor de shopping centers, ao planejar o médio e longo prazo, projeta expansões. Os cinco shoppings a serem inaugurados, no Estado, em 2017 e 2018, devem gerar mais de 15 mil empregos diretos em Pernambuco, segundo uma estimativa feita pela presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Adriana Colloca. Esses empreendimentos vão demandar um investimento de R$ 2,1 bilhões.
No Estado, os quatro malls que vão entrar em operação em 2017 são: o Shopping Metropolitano do Recife (na zona oeste da capital pernambucana), o Patteo Olinda, o Camará Shopping – em Camaragibe – e um centro de compras em Petrolina (no Sertão do São Francisco), de acordo com informações da Abrasce. No ano seguinte, está prevista a inauguração do Garanhuns Garden, que como o nome diz, ficará na cidade do Agreste.
“Esses empreendimentos foram projetados, quando a economia estava crescendo e todos fizeram um estudo de viabilidade. Não é o tipo de negócio que se abre por um ano ou dois, mas para atuar no longo prazo”, afirma Adriana, se referindo à atual crise.
A quantidade de empregos gerada num shopping é calculada de acordo com o tamanho do lugar que recebe as operações, a área bruta locável (ABL). Geralmente, um mall com uma ABL de 50 mil metros quadrados gera, em média, 4 mil empregos diretos.
Os postos de trabalho mais comuns são: gerentes, vendedores, pessoal da área de segurança, limpeza, manutenção e administrativo, entre outros.
O Estado tem 15 shoppings em operação que empregam 43,8 mil pessoas, sendo mais de 22,8 mil no Recife. Esses empreendimentos receberam 17,6 milhões de visitas por mês no ano passado e faturaram R$ 5,7 bilhões. Esse valor representou um crescimento de 6% em relação a 2014.
No Brasil, serão inaugurados, este ano, 28 novos shoppings - incluindo um que já entrou em operação.
Eles vão demandar um investimento de R$ 14 bilhões. Do total, nove ficarão no Nordeste, inclusive o RioMar Presidente Kennedy, em Fortaleza, do Grupo JCPM.
Em Pernambuco há a previsão de novos empreendimentos do tipo em 2017 e 2018. “A inauguração desses novos shoppings não traz reflexo nos demais. Quem decide a quantidade de shoppings é o mercado e os empreendedores se baseiam em pesquisas de potencial de consumo para abrirem e os seus empreendimentos são bastante planejados”, resume o presidente da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), Paulo Carneiro.
“Há muito mercado para o desenvolvimento de shopping centers no Brasil”, conta Adriana Colloca, acrescentando que os Estados Unidos têm 10 mil shoppings, enquanto no Brasil são 539, embora os países apresentem padrões de consumo diferentes.
Ela argumenta que o setor planeja ter um aumento de 6,5% das vendas em 2016. “É um crescimento igual ao do ano passado, quando o setor apresentou um faturamento de R$ 151 bilhões”, afirma. Ela veio ao Recife participar do Fórum Regional Nordeste promovido pela Abrasce ontem no Mercure Mar Hotel, em Boa Viagem. A programação do evento incluiu palestras sobre o panorama econômico, tendências de consumo, eficiência de custos na gestão de shopping centers, entre outros.
O Nordeste é a segunda região de maior importância no setor de shoppings, perdendo apenas para o Sudeste. São 81 malls na Região que apresentaram um faturamento de R$ 25,8 bilhões no ano passado. Também é o segundo maior volume de ABL, totalizando 2,5 milhões de metros quadrados. Esses centros de compras empregam 200,1 mil pessoas, segundo informações da Abrasce. “Há uma tendência dos shoppings oferecerem mais atividades de entretenimento, serviços – como Detran, clínicas médicas, universidades – e mais operações de alimentação e cinemas”, conclui Adriana.