A Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) encerrou sua 19ª edição, domingo (15), com muito a comemorar. Desde a abertura, dia 4, a movimentação foi intensa no Centro de Convenções de Pernambuco e seguiu assim durante as últimas horas da feira, com muitos visitantes em busca de produtos locais, nacionais e internacionais. Ao todo, 320 mil pessoas passaram pelo evento (38 mil só ontem) ao longo de 12 dias e foram movimentados R$ 43 milhões em negócios.
Os números da feira impressionam: com investimento de R$ 5 milhões, promoveu 2,5 mil empregos temporários e, na Rodada de Negócios promovida pelo Sebare, foram movimentados R$ 4,1 milhões, entre negócios diretos e projetados para o próximo ano. Com a Rodada, ocorreram negociações entre 54 lojistas e 170 artesãos. Entre os produtos mais procurados estiveram artesanato em cerâmica, madeira e xilogravuras.
Quem optou por deixar as compras para a última hora não se arrependeu, já que muitos produtos estavam com preços mais baixos, principalmente os artigos de cama, mesa e banho e de renda. O estande do município de Poção, no agreste pernambucano, por exemplo, era um dos mais concorridos, com produtos a partir de R$ 5. Vários espaços expositivos estavam com prateleiras quase vazias, mas, no geral, ainda era grande a variedade de obras disponíveis para compra. De miudezas e produtos de cunho mais utilitário à obras de arte, havia um pouco para cada gosto.
Para a treinadora Cintia Roberta e para o militar Diego Victor, a primeira vez na feira foi surpreendente. Tanto que foram dois dias para conseguirem olhar a variedade de produtos (eram 800 estantes, sendo 80% deles pernambucanos, de todos os estados brasileiros e de 22 países).
“Gostamos muito e queremos voltar todos os anos. A gene gostou muito da variedade de opções e o que mais chamou nossa atenção foram os produtos internacionais porque tem coisa que a gente nunca viu”, afirmou Cintia, encantada com pinturas da Tunísia.
Um dos grandes nomes presentes na Alameda dos Mestres, espaço voltado para expoentes da arte em Pernambuco, Tiago Amorim, de Olinda, ressalta a importância de um evento como a Fenearte. Em 1993, ele criou a Feira Nacional e Latino-americana do Artesão e lembra que, na época, quase ninguém acreditou no potencial desse tipo de evento.
“Imagine só: nem Vitalino, que era uma referência, era respeitado [como um grande artista]. Foi muito difícil conseguir apoio, mas fizemos e foi um sucesso. Hoje, a Fenearte está consolidade – e é ótimo – mas acho que está muito misturada com o trabalho manual. Artesanato é a arte popularizada, mas é arte”, reflete.
Os artesãos, inclusive, comemoraram os resultados deste ano. O mestre Miro dos Bonecos, especializado em brinquedos populares, contou que vendeu as sete caixas de produtos que levou para o evento e precisou repor com mais quatro remessas de brinquedos. José Cícero, que representava o estante do mestre Luíz Benício, de Buíque, também estava satisfeito com as vendas, afirmando que elas estavam dentro das projeções. Eles comemoraram também as possibilidades de negócio firmadas na Fenearte, o que representa um ganho mais duradouro, já que representa encomendas ao longo do ano.