João Cândido ganha o mar

O petroleiro vai, finalmente, integrar a frota da Transpetro, como a embarcação de número 56
Adriana Guarda
Publicado em 25/05/2012 às 8:44
Foto: Guga Matos/JC Imagem


Quando zarpar nesta sexta-feira (25) do Porto de Suape para sua primeira viagem, o João Cândido será o maior navio de bandeira brasileira em operação, superando o Aframax Bicas. Há três anos e oito meses em construção no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o petroleiro vai, finalmente, integrar a frota da Transpetro, como a embarcação de número 56. A cerimônia de entrega não vai contar com a presença da presidente Dilma Rousseff, que esteve em outras duas solenidades do navio no Estado, ao lado do então presidente Lula. A fiel escudeira e presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, representará a “madrinha” da indústria naval, ao lado do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e do governador Eduardo Campos. Nesta quinta (24), a empresa apresentou o petroleiro à imprensa.

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O petroleiro João Cândido zarpou hoje de Suape para sua primeira viagem. - Guga Matos/JC Imagem
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Quatro rebocadores fizeram a manobra para tirar o petroleiro da Bacia de Suape - Guga Matos/JC Imagem
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Funcionários da praticagem aguardavam o comando do prático para soltar as cordas do navio - Guga Matos/JC Imagem
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Funcionários do EAS se emocionaram assistindo a vídeo sobre a história da construção do navio - Guga Matos/JC Imagem
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Apesar da demora na entrega do navio, funcionários destacaram orgulho - Guga Matos/JC Imagem
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Cinco mil funcionários do Atlântico Sul assistiram à solenidade de entrega do navio - Guga Matos/JC Imagem
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O comandante Carlos Augusto Müller recebeu a bandeira do Brasil que vai tremular na embarcação - Guga Matos/JC Imagem
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Adalberto Cândido, filho do líder da Revolta da Chibata, João Cândido, que deu nome ao navio - Guga Matos/JC Imagem
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Tripulação embarcada no João Cândido acenava para os funcionários do estaleiro - Guga Matos/JC Imagem
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Fogos de artifício, chuva de papéis picados e o apito do navio anunciaram a hora da partida - Guga Matos/JC Imagem
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Navio João Cândido deixou Suape com destino ao Rio de Janeiro - Guga Matos/JC Imagem
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Funcionários comemoraram conquista da entrega do navio - Guga Matos/JC Imagem
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Equipe de funcionários posou para a foto, com o João Cândido zarpando ao fundo - Guga Matos/JC Imagem
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Navio tem capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo - Guga Matos/JC Imagem

 

O João Cândido vai deixar Pernambuco, em direção ao Rio de Janeiro. Comandante de longo curso, o gaúcho Carlos Augusto Müller, de 40 anos (20 deles de Petrobras), explica que o petroleiro será carregado de petróleo na Bacia de Campos, com óleo produzido pela plataforma P-38, no campo de Marlim Sul. “Vamos levar dois dias e meio para chegar lá. Depois passaremos de 2 a 3 dias abastecendo o navio com sua capacidade máxima de 1 milhão de barris. De lá, faremos mais um dia de viagem até São Sebastião, em São Paulo, onde fica o Terminal Almirante Barroso (Tebar), que abastece as refinarias daquele Estado”, detalha. O navio sai do EAS com uma tripulação de 25 marítimos, sendo três mulheres a bordo.

O maior navio brasileiro é um gigante com 274,2 metros de comprimento, 48 metros de largura, 51,6 metros de altura, 12 tanques de carga. O João Cândido também é a embarcação mais moderna da frota da Transpetro. “Ele pode dar uma volta ao mundo sem precisar abastecer, em função da sua autonomia de combustível de 20 mil milhas náuticas. Os tanques têm capacidade para 4 mil toneladas de combustível (bunker)”, explica o comandante.
O passadiço (ponte de comando) também está equipada com os mais modernos equipamentos de navegação, com sistema de cartas náuticas eletrônicas, radares, piloto-automático, display para comando por um segundo navegador, controle das luzes de navegação e sistema de gravação de dados da viagem (uma espécie de caixa preta da embarcação).

PROBLEMAS - Primeiro navio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o João Cândido ficou para trás e acabou sendo o segundo a ser entregue à Transpetro, depois do Celso Furtado, que foi construído pelo Estaleiro Mauá, no Rio, e entrou em operação em novembro de 2011. O atraso na construção do petroleiro, que deveria ter sido entregue em setembro de 2010, fez o valor da embarcação explodir em 36,4%. O navio foi contratado por R$ 300 milhões, com as correções monetárias saltou para R$ 363 milhões (valor pago pela Transpetro). Mas, na ponta do lápis, o 1º navio pernambucano custou R$ 495 milhões. O EAS terá que arcar com a perda de R$ 132 milhões.
O atraso saiu caro e provocou efeito dominó nas outras encomendas do EAS.

Leia mais na edição desta sexta-feira (25) do Jornal do Commercio

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