A Petrobras realizou nessa segunda-feira o acendimento da tocha principal da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo de Suape, em Pernambuco. A unidade é usada para queimar gases sem aproveitamento no processo de refino. O projeto do empreendimento prevê duas tochas e espaço para a construção de uma terceira, se for necessário. No fim de semana começaram os testes da acender a tocha, que faz parte da fase de comissionamentos para colocar o primeiro trem da Rnest em operação no início de novembro.
No último dia 19, a Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP) publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma autorização para que a refinaria receba gás natural para realizar o teste da tocha e a queima nas caldeiras. “A tocha permite a queima imediata de gases residuais no processo, que são descartados no processo de produção. É um equipamento de segurança, porque impede explosões e garante que esses gases não fiquem parados nas tubulações e evite acidentes”, explica Marco Aurélio da Silva, um dos representantes do Sindicato dos Petroleiros em Pernambuco (Sindipetro). A queima também permite que os gases tóxicos sejam convertidos, reduzindo os gases poluentes antes de serem jogados na atmosfera. Os principais poluentes emitidos pela queima de combustíveis são dióxido de carbono, metano, enxofre e outros.
Procurada pelo JC, a Petrobras encaminhou nota explicando que “a tocha é um sistema operacional (instalação) de segurança de uma refinaria onde são queimados gases do processo em caso de sobrepressão nos equipamentos e por isto deve permanecer sempre acesa”, diz o texto. Além da rocha, ao longo desse ano foram sendo testados vários sistemas do processo. Um dos mais recentes foram os 11,1 quilômetros de oleodutos, que fizeram o transporte do petróleo do navio até os tanques de armazenamento.
O primeiro petroleiro carregando matéria-prima para a refinaria atracou em Suape no último dia 5, trazendo 350 mil barris de petróleo. A expectativa é que até novembro, o volume chegue a um milhão de barris.
A previsão da Petrobras é que a Unidade de Destilação Atmosférica (UDA), responsável pela transformação do petróleo em derivados, entre em operação na primeira quinzena de outubro. Até lá, a companhia precisa estar com as licenças de operação liberadas tanto pela ANP quanto pela CPRH.