Os trabalhadores da Construção civil iniciaram ontem uma paralisação que atingiu 100% dos canteiros de obras da Região Metropolitana do Recife e algumas construções em Goiana, segundo informações dos sindicatos dos empregados e da classe patronal. As obras da fábrica da Jeep (antiga Fiat) não foram paralisadas, porque a multinacional adiantou o reajuste dos empregados com base no aumento concedido aos trabalhadores do Sindicato da Construção Pesada, que tiveram a sua data base em agosto último. A greve também não atingiu as obras de Suape.
“Se a greve perdurar, trará problemas para o setor”, diz o diretor de Relações Trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), Érico Furtado Filho, se referindo ao provável atraso em algumas obras. E complementa: “Uma semana parada significa quase 2% das 52 semanas de um ano e teremos que recuperar isso”, conta.
As negociações entre os sindicatos dos trabalhadores e o da classe patronal só deve ser retomada amanhã, porque hoje é dia do funcionário público e não há expediente na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que intermedeia esse tipo de negociação.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Pernambuco, Reginaldo Ribeiro, afirmou que ainda é cedo para saber quanto tempo a paralisação vai durar.
Os trabalhadores estão pedindo um reajuste de 15%, a implantação de um vale refeição no valor de R$ 200, melhoria nos refeitórios das empresas e um pagamento de 100% das horas trabalhadas no sábado. Em média, o salário de um profissional que trabalha na construção civil é de R$ 1097 para as funções de pedreiro, ferreiro, carpinteiro, eletricista e de R$ 827 para servente de pedreiro.
Nas demais obras que estão sendo construídas em Goiana, os trabalhadores aderiram ao movimento, segundo Reginaldo. Ele estima que cerca de 25 mil pessoas trabalham na construção civil na Região Metropolitana do Recife.
Além da paralisação, os trabalhadores fizeram uma passeata nas ruas centrais do Recife.