A indústria de transformação foi o setor da economia que registra a melhor performance no mercado de trabalho da Região Metropolitana do Recife. Apesar de tem gerado um saldo de empregos menor de 0,6% no mês de outubro em relação a setembro, no comparativo de 12 meses o emprego na indústria cresceu 11,1%, gerando 17 mil vagas a mais no comparativo anual. Os dados constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana do Recife (PED/RMR) divulgada nesta quarta-feira pela Secretaria de Trabalho (STQE), Dieese e Fundação Seade
O nível de desemprego total medida pela pesquisa se manteve estável passando de 11,9% em setembro para 12,1% em outubro. Além de empregar mais, o rendimento médio do trabalhador da indústria de transformação cresceu 15,4% em 12 meses e 1,5% no mês de outubro. Na média, um operário da indústria ganha hoje R$ 200 a mais em relação há um ano. Hoje, a indústria da RMR emprega 170 mil trabalhadores e paga um salário médio de R$ 1.514.
Para o coordenador regional da pesquisa, Jairo Santiago, os dados sugerem uma melhora para o mercado de trabalho no Estado para os meses de novembro e dezembro. "Com a indústria funcionando bem, outros setores vem a reboque e alavanca a economia", disse. ". Em alguma medida mostra que a indústia que foi recentemente instalada está a todo vapor", opinou. Ele salienta que o emprego da indústria é o de melhor qualidade, pois 70% dos seus trabalhadores têm carteira assinada.
Por outro lado, o fim gradativo das obras das plantas industriais pressiona também a formação de empregos de menor qualidade. No comparativo anual, o setor de construção civil registrou as maiores perdas de vagas. São seis mil trabalhadores a menos em relação há 12 meses, numa queda de 4,3% no número de pessoas ocupadas.
O pessoal que sai do emprego formal, passa a traballhar como autônomo, categoria sem acesso às vantagens trabalhistas, o que mostrando, também, uma tendência de precarização no mercado de trabalho. "O desemprego praticamente não se moveu no mês porque teve o crescimento de participação do pessoal autônomo, tanto no comécio como na construção civil, que são dois setores que absorvem muito a mão de obra informal", disse o pesquisador.