As tensões trabalhistas com empresas fornecedoras da Petrobras em Pernambuco também se estenderam para o setor metalúrgico. Ontem (terça-feira), operários fizeram protesto no Recife e uma comissão do sindicato da categoria (Sindmetal) foram recebidos no Palácio do Campo das Princesas. As empresas Simisa, Máquinas Piratininga e Impsa estão devendo salários e verbas rescisórias aos funcionários.
“A situação é preocupante. As empresas estão em dificuldade financeira e descumprindo com as obrigações trabalhistas. Os problemas vão desde o recolhimento e não repasse do FGTS e do INSS, até folhas salariais atrasadas e rescisões em aberto”, diz o presidente do Sindmetal, Henrique Gomes.
“A Máquinas Piratininga, por exemplo, anunciou um dia desses que ia fazer módulos de plataforma para fornecer à Petrobras, enquanto alegava que a estatal deve R$ 9 milhões à empresa. A indústria conta com 260 trabalhadores e deve dois meses de salários. Todos os dias vamos para a frente da empresa protestar”, complementa.
A Simisa demitiu 180 funcionários e não pagou as rescisões. “No último dia 7, estava marcada uma audiência para decidir sobre o parcelamento das rescisões de 120 funcionários, quando fomos surpreendidos com a informação de que não só esses 120, mas outros 60 estavam dispensados e sem previsão de pagamento”, conta o sindicalista.
A Impsa é outra empresa do setor em débito com os funcionários. Desde maio deu férias aos trabalhadores por tempo indeterminado, mas não está conseguindo pagar os salários. Na semana passada pagou R$ 1 mil a 25% dos 800 funcionários da unidade de Suape”, destaca Gomes.
Ontem representantes do Sindimetal foram recebidos pelo secretário executivo de Planejamento e Gestão da Casa Civil do Estado, Ivan Rodrigues, que se comprometeu em mediar o conflito.