BELO HORIZONTE - Na entrada do Centro de Suíço de Eletrônica e Microssistemas (Csem), na capital mineira, um painel com a imagem de uma criança e uma frase curta resumem o trabalho por ali: “Imagine o futuro... Hoje”. No local, uma equipe multidisciplinar e com sotaque de 12 nacionalidades pensa “fora da caixa” para construir as indústrias do futuro. Criado em 2007 em parceria com o Csem suíço, o centro brasileiro é comandado pela gestora de investimentos FIR Capital, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A missão é desenvolver soluções inovadoras para a indústria.
O Csem recebeu R$ 70 milhões na sua implantação, com investimento do governo de Minas Gerais, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de investimento. O centro chegou ao Brasil pelas mãos da FIR Capital, precursora em investimento em capital de risco com inovação (venture capital) no Brasil. “Na prática são empresas que vislumbram oportunidades no mercado de tecnologia. Inovações que só vão se concretizar a longo prazo. O Vale do Silício, por exemplo, só se viabilizou graças ao venture capital”, explica o empresário pernambucano e sócio da FIR, Paulo Dalla Nora.
A FIR já tinha atuação no Brasil desde 1999 e seu primeiro grande empreendimento foi a implantação da Biobrás, primeira fábrica de insulina no Brasil e segunda do mundo. Até então, a empresa era comandada pelo fundador Guilherme Emrich. Depois, a FIR decidiu ampliar o espectro de inovação para outros setores, além da tecnologia da saúde e outros sócios encamparam a iniciativa: Andre Emrich, David Travesso Neto, Marcus Regueira, Paulo Dalla Nora Macedo e Tiago Maranhão Alves. Na missão de investir em projetos inovadores, a FIR apostou no Csem.
O site está encravado no bairro Horto, onde está localizada a chamada Cidade da Ciência e do Conhecimento, ancorada pela Fapemig e onde funcionam várias instituições de pesquisa. “Costumo dizer que sofremos uma espécie de ‘acorda neném industrial’, quando os Estados Unidos conseguiu embargar uma venda de supertucanos da Embraer, porque tinha uma tecnologia norte-americana embarcada. Foi aí que o governo de Minas percebeu a importância de desenvolver tecnologia industrial”, lembra o presidente do Csem, Tiago Maranhão Alves (também pernambucano). “Era preciso pensar como business para garantir que os projetos fossem sustentáveis e tivessem impacto econômico”, reforça.
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