Os protestos dos trabalhadores de Suape e até mesmo a greve da Polícia Militar realizados ao longo do ano passado tiveram o poder de reduzir o fluxo de tráfego da Rota do Atlântico nos dias em que foram realizadas as manifestações. A informação é do presidente da rodovia, Elias Lages, que comemora um fluxo médio diário de 15 mil veículos, depois de um ano do início da operação pedagiada. Sem cobrança e incompleta, a via já funcionava desde 2012. “Nós iniciamos o faturamento no dia 4 de janeiro de 2014, com cinco praças (barreiras de pedágio). Apesar de ter sido o primeiro ano, foi um período atípico, por causa dos protestos na região de Suape. Interferiram no fluxo do turismo e das empresas de Suape”, informou o executivo.
Sem revelar números do faturamento – “estamos fechando o balanço que será publicado no dia 30 de abril” – Lages diz que os protestos afastam os trabalhadores de Suape, pois as empresas tendem a postergar a entrada dos funcionários, além de fazer o turista que vai em direção à Porto de Galinhas, evitar o trecho ou adiar a viagem.
Os motoristas que pretendem passar pela via, ou mesmo pelas estradas que dão acesso à rodovia pedagiada (PE-60, PE-28 e PE-38), podem se informar sobre as condições do trânsito, com informações em tempo real através do Twitter @rotadoatlantico ou no site da empresa, www.rotadoatlantico.com.br.
Lages diz que uma das maneiras de melhorar o resultado em 2015 é incentivar o uso de serviços pré-pagos, que livram o motorista de parar nos pedágios. “Somos a única concessionária no País que opera com quatro empresas do tipo, como ConectCar, Faixa Verde e Passe Expresso.” Em 2013, a empresa registrou um prejuízo de R$ 10,4 milhões, resultado de atrasos da abertura das praças nos prazos previstos. O investimento na operação foi de R$ 450 milhões. Naquele ano, empregava 186 trabalhadores diretos e outros 500 indiretos e a tarifa prevista para operação era de R$ 5,60.
A Concessionária Rota do Atlântico administra a rodovia que dá acesso ao complexo Industrial de Suape e ao Litoral Sul, ligando o trecho da BR-101 em frente à Caninha 51 ao distrito de Nossa Senhora do Ó em Ipojuca, num percurso de 44 quilômetros. Entre seus acionistas estão a Invepar, OAS, fundos de pensão, Odebrecht e FI-FGTS.
“O primeiro ano é de análise. Não tínhamos muita expectativa, mas o movimento tem a ver com a evolução da economia e cenário local. Até mesmo o clima interfere.”
Segundo pesquisa realizada pelo grupo, os carros e caminhões dividem o fluxo em 50% cada, sendo que 52% dos clientes pagam as tarifas do próprio bolso. Hoje, os automóveis pagam R$ 6 para trafegar e as taxas para caminhões podem chegar a R$ 54, dependendo do número de eixos.