Usina solar de Flores vai entrar em operação até 2017

O prazo foi prorrogado para duas empresas que venceram o leilão de 2013 porque o Estado tenta atrair fabricantes de equipamentos
Do JC Online
Publicado em 18/08/2015 às 8:00
O prazo foi prorrogado para duas empresas que venceram o leilão de 2013 porque o Estado tenta atrair fabricantes de equipamentos Foto: Divulgação/Secretaria de Desenvolvimento Econômico


A planta de geração solar da Kroma e da Cone Concierge a ser implantada na cidade de Flores poderá entrar em operação até abril de 2017, segundo um contrato assinado ontem entre o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, e o presidente da Kroma, Rodrigo Mello. A usina foi uma das vencedoras do leilão solar de energia realizado pelo governo do Estado em dezembro de 2013 cujas vencedoras deveriam estar implantadas até junho deste ano. O atraso ocorreu por vários motivos (que vão desde a demora nas licenças ambientais e outorgas) até o fato de que o Estado tenta atrair fabricantes de componentes utilizados em parques solares para se instalar no Estado tendo como primeiros clientes as vencedoras do leilão. 

No contrato assinado, a Sociedade de Propósito Especifico (SPE) formado pela Kroma – uma comercializadora de energia com sede no Estado – e Cone Concierge, que tem como acionistas a família Moura Dubeux, se compromete a usar até 60% de componentes locais. No entanto, não há qualquer fabricante local desses produtos em Pernambuco. “A montagem de uma planta solar leva de 10 a 12 meses. Acreditamos que temos tempo para fazer isso”, conta Rodrigo Melo. Ele diz que o empreendimento terá a sua construção iniciada em breve, mas não cita a data. 

A construção da planta solar vai gerar 350 empregos diretos e indiretos. A energia deverá ser vendida por aproximadente R$ 264 o megawatt-hora (MWh). No leilão que o governo federal fará em agosto, a energia solar está com o teto máximo de R$ 349. 

A compra de componentes fabricados localmente vai baratear o custo de instalação das futuras geradoras. Outro facilitador é o fato de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está financiando quem comprar equipamento solar fabricado no País. 

“Talvez, a Kroma/Cone consiga ter mais de 60% de componentes locais, porque as placas fotovoltaicas respondem por 55% do total de uma planta, os eletrocentros a 1o% e as caixas de junção variam de 4% a 5%”, explica o secretário executivo de Energia estadual, Eduardo Azevedo, citando componentes usados nessas unidades. Segundo ele, o governo do Estado está mantendo conversas com quatro fabricantes de paineis solares, um produtor de caixa de junção e um de eletrocentro. Ele argumenta que não dá para saber quando será concluído esse processo. 

Das quatro vencedoras do leilão de energia promovido pelo Estado em 2013, somente a Enel Green Power instalou duas plantas com a capacidade de 10 megawatts em Tacaratu que está em fase de testes. Também habilitada pelo leilão, a Sowitec vai assinar outro contrato similar ao da Kroma, em aproximadamente duas semanas, prorrogando o prazo de entrada em operação até abril de 2017. A empresa vai construir uma usina no município de Santa Maria da Boa Vista, sertão do São Francisco. Ainda no leilão, a Kroma e Cone venceram apresentando empreendimentos separados, mas resolveram fazer uma única planta. 

A energia a ser produzida por essas usinas será comercializada pela Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD-Diper) que poderá vender a outras grandes empresas ou ser adquirida pelo Estado. “Existem grandes empresas interessadas nessa compra, porque inclusive isso tem o aspecto ambiental. Publicamos, na última sexta-feira, um decreto que dá a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos fabricantes de componentes de energia solar. Isso vai nos dar um diferencial na atração desses fabricantes”, afirma Thiago Norões. 

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