Um impacto de 4,9% no PIB da Região Metropolitana do Recife fruto da entrada de R$ 9,7 bilhões em valores agregados em um período de cinco anos. Esse é o reflexo previsto caso o projeto Hub Nordeste – do Grupo Latam (fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM) – seja instalado na capital pernambucana. O estudo realizado pela consultoria britânica Oxford Economics foi apresentado ontem, em São Paulo. O levantamento inclui também os efeitos econômicos nas outras duas capitais que concorrem para receber a estrutura, Fortaleza e Natal. A decisão será tomada até o final do ano.
Além dos números, a consultoria ainda conseguiu apontar as principais áreas afetadas pela instalação do centro de conexões de voos em cada cidade. Para o Recife, a previsão é que haja uma atração de investimentos internacionais e maior acesso da capital a mercados locais. Para Fortaleza, a vantagem seria seu fortalecimento como centro de turismo de negócios e Natal o crescimento no turismo tanto de lazer quanto de negócios.
Os resultados foram apresentados pela presidência da TAM aos representantes dos três Estados envolvidos em reuniões separadas. Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), o encontro serviu para mostrar a predisposição do Estado em realizar parcerias para atender “os requisitos de infraestrutura e também custos exigidos pelo empreendimento”, disse. “Aproveitamos para reafirmar nosso compromisso, nosso empenho para atrair esse empreendimento, que vai ser bom para a Latam e para o Recife, com a movimentação na economia e a geração de milhares de empregos”, destacou o prefeito do Recife Geraldo Julio (PSB), que também participou da reunião.
Segundo a pesquisa, cada dólar investido pelo Grupo Latam no hub irá gerar entre US$ 5,2 e US$ 5,8 dólares em novas atividades econômicas. “Os números apresentados são bastante promissores e reforçam nossa confiança no projeto. Continuamos com as nossas avaliações, mas já sabemos que, seja qual for a cidade escolhida, não teremos apenas uma localização geográfica privilegiada para esse tipo de iniciativa, mas também vamos contribuir com o desenvolvimento da economia de toda a região”, afirmou Claudia Sender, presidente da TAM.
A executiva se refere ao fato de a pesquisa também ter avaliado os reflexos da instalação do hub nas cidades que não forem escolhidas. Se o projeto for instalado em Fortaleza, por exemplo, ainda assim a capital pernambucana seria beneficiada com um valor agregado estimado em R$ 1,2 bilhão e 4,5 mil empregos gerados. O número de vagas criadas seria o mesmo se a escolhida fosse Natal, que atrairia um valor agregado de R$ 1,3 bilhão ao Recife.
Além da avaliação econômica da Oxford Economics, a Latam também contratou a consultoria Arup – responsável pelo projeto de Changi, em Cingapura, o melhor aeroporto do mundo – para uma análise da infraestrutura das três cidades. O parecer das empresas com os pontos negativos e positivos de cada região vai determinar a escolha da companhia.