A greve dos bancários entrou, nesta quarta (14), em seu 9º dia. O balanço de ontem, na volta do feriadão de Nossa Senhora Aparecida, apontava que 87% dos bancos no Estado estavam sem atendimento. Assim como acontece todos os anos, o percentual cresce levando em consideração apenas instituições financeiras públicas: 98%. Nos bancos privados, é menor: são 77% das unidades paralisadas.
Nesta quarta, a categoria realizará um ato, marcado para 15h30, em frente à agência do Banco do Brasil da Avenida Dantas Barreto, na região central do Recife.
Na avaliação da presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, a tendência é que a greve ganhe força nos próximos dias para forçar os bancos a retomarem as negociações. “Os sindicatos estão abertos ao diálogo e apostam na negociação para solucionar os impasses dessa Campanha Nacional. Mas os bancos, após oito dias de greve, continuam em silêncio, mostrando que não respeitam nem os seus funcionários e nem os clientes e usuários”, diz Suzineide.
Além de colocar em pauta o Outubro Rosa e a luta contra o câncer de mama, o sindicato vai destacar, durante o ato, as reivindicações sobre saúde dos bancários que não foram atendidas pelos bancos. “Temos uma série de demandas que foram debatidas na mesa geral com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e nas mesas específicas com os bancos públicos. Todas elas foram ignoradas pelos patrões”, destaca Suzineide.
Afora o reajuste salarial de 16%, os bancários reivindicam valorização do piso no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66, em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e proteção ao emprego, vale-alimentação e refeição maiores.
As negociações, denuncia a categoria, estão paradas desde o dia 25 de setembro, quando os bancos apresentaram a pior proposta de acordo dos últimos dez anos, segundo os trabalhadores. Ofereceram reajuste de 5,5% (quase a metade da inflação de 9,88% de agosto), que representa perda real de cerca de 4%, e abono de R$ 2,5 mil, pagos apenas uma vez e não incorporados ao salário.
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