Plano Nacional de Cultura Exportadora é lançado em Pernambuco

Desafio será grande, considerando-se que o Estado não possui cultura exportadora. Em 2014, balança comercial fechou negativa de US$ 6,3 bilhões
Da editoria de economia
Publicado em 17/11/2015 às 13:23
Desafio será grande, considerando-se que o Estado não possui cultura exportadora. Em 2014, balança comercial fechou negativa de US$ 6,3 bilhões Foto: Foto: Raíssa Ebrahim/Jornal do Commercio


Aumentar o número de empresas exportadoras em Pernambuco será um grande desafio conjunto. Na manhã desta terça-feira (17), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro, veio à sua terra natal lançar oficialmente o Plano Nacional de Cultura Exportadora (PNCE) voltado para o Estado.

A solenidade aconteceu na Federação das Empresas de Pernambuco (Fiepe). O objetivo é, aproveitando o câmbio favorável, alavancar os negócios com o exterior.

O desafio justifica-se porque Pernambuco possui atualmente apenas 247 empresas exportadoras. Somadas, representam somente 5,8% das exportações do Nordeste. Na região, quem lidera é a Bahia (58%), seguida do Maranhão (18%) e do Ceará (9%). No ano passado, a balança comercial pernambucana bateu recorde negativo (US$ 6,3 bilhões).

O Plano Nacional de Cultura Exportadora já foi lançado em São Paulo e Minas Gerais. No Brasil, 40 empresas são responsáveis por 50% das exportações.

A meta do PNCE-PE é dobrar a quantidade de companhias de Pernambuco que vendem para fora do País num período de um ano. Para isso, já está em atuação uma articulação interinstitucional para assessorar e apoiar os empresários, composta pelo Mdic (incluindo a Apex - Agência de Promoções das Exportações), governo do Estado, bancos públicos, Sebrae, Fiepe, Senai, Correios.

Apesar de as ações já terem começado, incluindo as prospecções, ainda não foram divulgadas as linhas especiais de financiamento para os exportadores junto aos bancos públicos, no caso Banco do Brasil, Caixa Econômica e, em alguns casos, o BNDES, segundo Monteiro. Não custos para participar do programa, mas as empresas interessadas terão que avaliar possíveis investimentos em processos, adequações, treinamentos.

Como potenciais, são apontadas, por exemplo, as áreas têxtil, de metal mecânica, gesseira, de fruticultura. Elas somam-se ao que o ministro Monteiro acredita que terá maior peso no Estado: indústria automotiva, Refinaria, Polo Petroquímico.

Sobre os melhores destinos, o ministro enfatizou que dependem de cada negócio. “A consultoria que o plano oferece aporta ferramentas de inteligência comercial. A partir do conhecimento do seu produto, você identifica qual é o melhor mercado para aquele produto”, detalhou. 

Por exemplo, para o setor de vestuário, ele defende que “seguramente há oportunidades de negócios com a África”. Na rodada de negócios nesta segunda (16), que marcou o início dos trabalhos, foram fechado negócios com a Angola de exportação de vestuários e confecções de Pernambuco.

O ministro citou estimativa que mostra que, a cada US$ 1 bilhão exportados, gera-se mais de 50 mil empregos de forma direta. 

“A exportação é um dos caminhos para sair da crise. Não é o único, mas é um canal importante. Exportar é contratar demanda externa e você gera empregos no Brasil. Quem exporta produz e emprega, portanto exportar é um canal fundamental nesta hora”, disse o ministro Monteiro na Fiepe, enfatizando a desvalorização do real, que torna as exportações brasileiras mais competitivas. “Temos que aproveitar essa janela”, complementou.

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