A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do País – fechou o mês de janeiro com uma variação de 1,32% na Região Metropolitana do Recife (acima da média nacional, de 1,27%). No Brasil, trata-se da maior alta para meses de janeiro desde 2003, quando os preços subiram 2,25%.
Naquele ano, o dólar subiu com as incertezas do mercado sobre o primeiro governo PT e isso afetou a inflação. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado dos últimos 12 meses, a alta na RMR é de 10,97% (também acima da média brasileira, de 10,71%).
Entre dezembro e janeiro, o que mais pesou na composição do índice no Recife, assim como em todo o País, foram os alimentos e as bebidas (2,69%) e os transportes (1,13%). Em 12 meses, esses grupos acumulam localmente altas de 15,55% (atrás apenas de Salvador, 15,84%) e de 12,50% (atrás apenas de Porto Alegre, 14,74%), respectivamente.
No mês passado, o que mais pesou na feira do recifense foi o preço da cebola (25,36%), da batata-inglesa (25,10%), do inhame (22,19%), de tubérculos, raízes e legumes (16,96%), do fubá de milho (13,85%), da farinha de mandioca (13,01%), da salsicha em conserva (12,06%), do açúcar cristal (11,17%), da banana prata (10,06%), do feijão carioca (9,82%) e do feijão mulatinho (9,50%).
Já no grupo transportes, o que mais pesou no IPCA da RMR em janeiro foram o aumento das passagens de ônibus (4,85%) e do táxi (9,31%). A capital de Pernambuco teve o maior reajuste das passagens de ônibus entre as seis capitais onde o valor mudou (14,28%).
O reajuste nas tarifas de táxi na localidade foi de 9,93%. Enquanto na média nacional, as passagens aéreas caíram 6,13%, no Recife variaram positivamente em 4,58% entre dezembro e janeiro.
BRASIL
Os reajustes nas tarifas de ônibus e os aumentos nos preços dos alimentos penalizaram mais as famílias de baixa renda em janeiro. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 1,51% em janeiro, contra uma taxa de 1,27% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na Região Metropolitana do Recife, a variação mensal do INPC ficou abaixo da média (1,47%). O índice mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.
“O INPC subiu mais do que a inflação para as pessoas que têm uma situação melhor, justamente por causa da alta dos alimentos. Ela leva uma parte maior do rendimento das famílias (no INPC) do que no IPCA. Então foram os alimentos, com os ônibus urbanos, que levou o INPC ao 1,51% em janeiro”, apontou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
A taxa do INPC acumulada nos últimos 12 meses ficou em 11,31% em janeiro, contra um resultado de 10,71% no IPCA. No Recife, o acumulado ficou em 11,14%.