Correios atrasam entrega de encomendas no Recife

O consumidor que não recebeu a encomenda ou está com o pedido atrasado deve procurar o Procon-PE
Beatriz Albuquerque
Publicado em 30/06/2016 às 7:30
O consumidor que não recebeu a encomenda ou está com o pedido atrasado deve procurar o Procon-PE Foto: Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem


As tarifas postais dos Correios foram reajustadas em 10,64% na última terça-feira (28). Apesar do aumento, o serviço prestado pelo empresa não atende às necessidades dos consumidores, que sofrem com atrasos de até 30 dias para a entrega de encomendas.

Na manhã de ontem, foi registrado um aumento na procura por encomendas no Centro de Cartas e Encomendas do Bongi. Porém, como o CCE só disponibiliza de 30 a 50 senhas por dia, não conseguiu atender a demanda gerada pelo atraso das encomendas.

A gerente de compras Marúsia Freitas realizou uma encomenda de cosméticos, que seriam revendidos em um salão de beleza, mas não recebeu os produtos dentro do prazo previsto. O envio da encomenda foi realizado no dia dez de junho e através do código de rastreamento ela identificou que os produtos haviam chegado no Recife desde o dia 18 de junho. A entrega, no entanto, só foi realizada ontem. “Nós ficamos sem estoque do produto por causa do atraso dos Correios. Deixamos de realizar algumas vendas, porque os clientes perguntavam sobre os cosméticos e nós ficamos sem previsão para a entrega”, explicou.

Outro consumidor prejudicado pela não prestação do serviço contratado é o analista de transportes Victor Anunciação. Ele comprou um produto eletrônico importado que foi enviado no dia 14 de maio. De acordo com o registro do translado, a encomenda chegou ao Recife no dia 31 de maio, mas até ontem não havia sido entregue. “Eu abri um chamado nos Correios, porque já havia passado mais de 12 dias úteis após a liberação pela alfândega, mas só fui informado que estava em trânsito. Acho um absurdo esse atraso”, disse

Questionado sobre quais foram os motivos dos atrasos na entrega de encomendas, os Correios não se pronunciou. Em nota, informaram apenas que “o Centro de Cartas e Encomendas do Bongi é uma unidade operacional, e o atendimento ao cliente no local é feito em casos excepcionais, por exemplo, quando o destinatário não é encontrado em casa. Nesses casos, os Correios emitem um aviso para o cliente”.

Para aprimorar o serviço, os Correios prometem adotar várias medidas, como a instalação de nova máquina de triagem de cartas, modernização da máquina de encomendas, a implantação de melhores processos e ferramentas de gestão nas unidades e a realocação do Centro de Tratamento de Cartas para um imóvel mais amplo. A empresa realizará uma “força-tarefa” para regularizar a situação até meados de julho.

O último concurso público dos Correios ocorreu em 2011 e teve a validade encerrada em 2015. Não há previsão de um novo certame. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Telégrafos de Pernambuco (Sintect-PE), a defasagem chega há 380 profissionais, sendo 300 carteiros e 80 operadores de triagem e transbordo. “O carteiro, os operadores de triagem e transbordo (OTTs) e os atendentes comerciais trabalham em um ritmo incansável para realizarem a distribuição e a entrega dos produtos, porém não há mão de obra suficiente para uma demanda tão alta”, reivindicam em nota.

A gerente de atendimento do Procon-PE Danyelle Sena orienta que o consumidor que não recebeu a encomenda ou está com o pedido atrasado procure o ressarcimento do valor pago. “As pessoas não pensam os Correios como uma relação de consumo., mas é contraprestação de serviço com pagamento. Cabe ressarcimento e até indenização”.

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