PIB de Pernambuco parou de piorar

O PIB de Pernambuco registrou uma queda de 3,5% no segundo trimestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2015 e um acréscimo de 0,5% sobre os três primeiros meses deste ano
Da editoria de economia
Publicado em 07/10/2016 às 11:16
O PIB de Pernambuco registrou uma queda de 3,5% no segundo trimestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2015 e um acréscimo de 0,5% sobre os três primeiros meses deste ano Foto: Foto: David Alves/ Palácio Piratini


O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco registrou uma queda de 3,5% no segundo trimestre deste ano, comparando com o mesmo período do ano passado, e um acréscimo de 0,5% sobre os três primeiros meses de 2016. No primeiro semestre deste ano, foi registrado um decréscimo de 6,7% na atividade econômica do Estado, enquanto no Brasil o acumulado dos seis primeiros meses de 2016 ficou em -4,6%. Na prática, isso significa que a economia pernambucana parou de piorar, começando um processo lento de recuperação.


Os números do segundo trimestre deste ano contra os três primeiros meses deste ano são os menos negativos, porque ocorreu uma queda de 7,6% do PIB do Estado entre janeiro e março deste ano, sendo a maior para um trimestre desde que começou a atual recessão (no segundo trimestre de 2015 em Pernambuco). “A base de comparação estava fraca”, explica o presidente da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), Flávio Figueiredo. É justamente nessa comparação (o segundo trimestre deste ano contra os primeiros três meses de 2016) que os números estão menos ruins: um crescimento de 8,8% na indústria, queda de 4,1% na agropecuária e um aumento de 0,8% nos serviços. No entanto, esses números não foram desagregados (informando o comportamento dos subsetores que compõem cada setor), porque a metodologia não permite, de acordo com Flávio Figueiredo. 

QUEDA AGROPECUÁRIA

Voltando a comparação do segundo trimestre com o mesmo período do ano passado, a queda de 3,5% do PIB pernambucano foi influenciada pela performance negativa da agropecuária (-9,8%) e dos serviços (-3,8%). A novidade positiva foi a indústria que parou de cair e registrou um incremento de 0,2%. O impacto da queda do setor agropecuário só não foi maior, porque a atividade tem um peso de 2,7% na economia do Estado, enquanto os serviços respondem por 72,2% e a indústria representa 25% do PIB estadual. 

“A crise e a seca continuam impactando todo o setor agropecuário”, afirma o diretor de Sistematização e Disseminação de Informações do Condepe/Fidem, Maurílio Lima. Somente a agricultura registrou uma queda de 12,5% no segundo trimestre de 2016, puxada pelo decréscimo da produção de banana, coco, manga, cana-de-açúcar e mandioca. A única não impactada pela estiagem é a manga cultivada no Vale do São Francisco. A escassez de água contribuiu para a redução de 1,8% da agropecuária com uma diminuição da produção avícola e de leite no Estado. 

Ainda no segundo trimestre de 2016 com o mesmo período do ano anterior, a indústria de transformação apresentou um crescimento de 2,8% impactado pelos desempenhos positivos dos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (21,8%), de produtos de metal (13,2%)e de produtos de borracha e de material plástico (3,1%). Houve uma produção maior de ventiladores, painéis de cristais líquidos, máquinas de lavar e secar roupa, baterias ou acumuladores elétricos para veículos, latas de alumínio, telas metálicas e embalagens de plástico.

A construção civil também foi destaque na mesma comparação por ter parado de cair. Ainda na indústria, houve uma queda de 29,3% na produção das térmicas que diminuíram a geração de energia. Já nos serviços, a queda de 12% no comércio refletiu o desaquecimento do consumo das famílias.

O PIB de Pernambuco no segundo trimestre foi deste ano foi de R$ 38,5 bilhões, contra os R$ 39 bilhões registrados no primeiro trimestre deste ano. “O valor bruto não reflete a sazonalidade e a queda ou crescimento do PIB é em percentual”, explica Flávio.

“Os serviços vão parar de piorar, mas uma reação positiva da indústria – incluindo a construção civil – só vai ocorrer em 2017”, diz Flávio, acrescentando que deverá ocorrer uma queda de 3% do PIB de Pernambuco este ano, com os próximos trimestres (o terceiro e o quarto) crescendo, em média, 1,5%. “Em 2017, esperamos um crescimento de 1,5% do PIB, se o governo federal autorizar o governo de Pernambuco a contrair as operações de crédito do Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird) e BNDES”, conta. Caso isso ocorra, a expectativa é de que a administração estadual invista R$ 2 bilhões no próximo ano, o dobro do investimento realizado em 2016, de acordo com informações do Condepe/Fidem.

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