Um dos caminhos para aumentar a competitividade brasileira é investir na qualidade da educação. Para isso, é necessário reformar o sistema, agregando o ensino técnico ao ensino médio e aumentar o número de escolas com ensino integral. Esses são os próximos passos que o governo federal seguirá no setor, segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho. Ele participou ontem de um evento da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Recife), no JCPM Trade Center, no bairro do Pina.
A competitividade é medida com base na capacidade produtiva e nas condições oferecidas pelo mercado financeiro de um País. Segundo pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial divulgada no mês passado, o Brasil perdeu seis posições e ficou no 81º lugar no ranking das economias mais competitivas do mundo. O estudo avalia, entre outros fatores, a educação primária e superior em 138 países.
“A educação avançou no ponto da universalização, de acesso, mas do ponto de vista de qualidade, estamos em uma distância enorme. Para isso, a reforma do ensino médio se faz necessária, assim como a melhora no ensino fundamental. Tudo para que possamos ter um ensino médio mais integrado à educação técnica e facilitar o acesso do jovem à universidade”, afirmou o ministro. “A reforma no ensino médio vai nessa direção de agregar ainda mais. O Brasil é um dos países que tem a menor relação entre a formação de nível médio e a oferta de cursos técnicos ou vocacionais. Apenas 8% das vagas geradas no ensino médio estão relacionadas à formação técnica ou vocacional, enquanto a maioria dos países europeus atinge o patamar de mais de 40%. A gente quer mudar isso”, complementou.
A Medida Provisória (MP) que visa à reforma do ensino médio prevê a flexibilização do currículo escolar. No novo sistema, o aluno poderá escolher por áreas de seu interesse, como linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e/ou ensino técnico. A MP foi enviada recentemente ao Congresso Nacional.
Pesquisa da Amcham sobre mão de obra realizada em 2014 mostra que o perfil técnico é o segundo mais necessitado por 32% dos empresários entrevistados em Pernambuco, atrás do operacional (51%). Diante da situação econômica do Estado, as empresas foram obrigadas a investir mais em capacitação (43%).
Para a gerente regional da Amcham Nordeste, Alessandra Andrade, pouca coisa mudou desde 2014. “Na pesquisa que fizemos há dois anos, o empresariado relatou que sentia necessidade de mão de obra técnica. Durante o evento, promovemos a interação entre esse público e a esfera pública. A gente percebe que ainda existe essa necessidade, de uma forma diferente de 2014, pelo momento que o Estado vivia”, afirmou.