Houve um tempo que os sobrevoos de helicóptero em Suape se tornaram frequentes, no período da implantação dos grandes empreendimentos a partir de 2007e ganhando força nos anos seguintes. Era de cima que a diretoria do complexo gostava de mostrar aos investidores o porto-indústria. As consultas e disputa por terreno era tanta que se criou o território estratégico de Suape, envolvendo os municípios do entorno para abrigar as empresas. Com a crise a partir de 2014 o cenário mudou. Dentro do complexo, empresas faliram, outras entraram em recuperação judicial, muitas desistiram dos projetos pelo meio do caminho, algumas nem chegaram a começar. Levantamento realizado no ano passado por Suape mapeou pelo menos 25 indústrias nessa situação.
Com uma ligeira retomada da economia, o presidente de Suape Leonardo Cerquinho diz que já há sinalização de pelo menos duas indústrias interessadas em expandir suas operações, com investimentos na casa de R$ 100 milhões, além de uma empresa negociando um investimento de R$ 300 milhões em Suape ou em uma cidade vizinha, com geração de 350 empregos.
Das empresas que investiram mesmo no período de crise está a Aché, que na próxima quarta-feira comemora a inauguração de sua quarta fábrica no País e a primeira no Nordeste, com investimento de R$ 500 milhões. A unidade de Suape vai produzir cápsulas e comprimidos e no futuro poderá estender a produção para dermocosméticos e suplementos.
A PQS, que foi comprada no ano passado pelo grupo mexicano Alpek a Petrobras, é exemplo de ampliação da capacidade produtiva e de resultado financeiro. A indústria que só acumulava prejuízos sucessivos descobriu o caminho do lucro e se prepara para concluir a fábrica de fios do complexo químico-têxtil, que ficou sem funcionamento durante da gestão da Petrobras.